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O número de leilões de gado no Paraná caiu 70% desde a divulgação das primeiras suspeitas da existência de febre aftosa no estado, em outubro do ano passado. A conta é de Paulo Horto, dono do Programa Leilões, uma empresa de Londrina especializada na área. Ele prevê que a demora na solução dos impasses em torno da doença comprometerá também os principais eventos do primeiro semestre de 2006.

Na Expo Paranavaí (de 10 a 19 de março), por exemplo, todos os leilões foram cancelados e o prejuízo chega a R$ 3 milhões, segundo informou a Sociedade Rural do município. A tensão também atinge os organizadores das exposições de Londrina (em abril) e Maringá (em maio). Segundo Horto, os produtores de outros estados têm receio em trazer o gado para os eventos no Paraná.

Em outra feira, a Expo Umuarama (de 2 a 12 de março), a estimativa é de perda de 30% no movimento de compra e venda de animais. O presidente da Sociedade Rural de Umuarama, Milton Gaiari, disse que a diretoria da entidade precisou reduzir a previsão da comercialização de gado. Cerca de 5 mil animais estarão na feira contra 9 mil do ano passado. Dos 11 leilões previstos, apenas sete serão realizados.

Em Umuarama, o Programa Leilões está com dificuldades para manter os leilões semanais. O número de animais à venda também caiu da média de 800 para 400 por dia de negociações. Cerca de 20 funcionários tiveram de ser demitidos desde o fim do ano passado. "É um crime o que estão fazendo com o Paraná. A cadeia produtiva está pagando pela incompetência de quem falou demais, sem ter provas em mãos", disse Paulo Horto. Na opinião do empresário, não existe aftosa nas sete fazendas citadas pelo Ministério da Agricultura e "os produtores estão sendo obrigados a assumirem um crime que não cometeram. É, sem dúvida, o primeiro caso de febre aftosa política no planeta", afirmou.

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