O síndico José Francisco Prestes, de 58 anos, será indiciado pelo crime de homicídio triplamente qualificado. Prestes matou o ex-síndico Sérgio Alaor Kluppel, 64, com dois tiros na cabeça na manhã da última quinta-feira (28), no salão de festas de um edifício do bairro Água Verde, em Curitiba. A delegada Selma Braga, do 2º Distrito Policial, que investiga o caso, ouviu nesta segunda-feira (1º) o depoimento da viúva de Kluppel, de três filhos da vítima e de um conselheiro do condomínio do edifício Barão de Cotegipe.
"Ficou comprovado o desfalque nas contas do condomínio de um pouco mais de R$ 19 mil. A família da vítima levou documentos que provam que ele (Prestes) falsificou atas para prorrogar o próprio mandato como síndico. Também foram levados extratos bancários fraudados", afirmou a delegada Selma.
Segundo a delegada, Kluppel já foi síndico e foi chamado para substituir um conselheiro da atual gestão do condomínio. "Como ele era bancário e já foi síndico, com a experiência nestas duas áreas, não foi difícil encontrar as irregularidades", explicou Selma.
Depois de dar os dois tiros em Kluppel, Prestes atirou outras duas vezes contra o próprio peito. No sábado (29) Prestes deixou a Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Evangélico e foi levado para um quarto no mesmo hospital. Uma escolta da Polícia Militar faz a guarda do síndico no hospital.
"Amanhã (terça-feira) pela tarde vou tentar ouvir o depoimento de Prestes e vou ouvir outros conselheiros que foram citados. Só vou ouvir Prestes quando os médicos derem a autorização", explicou Selma. A delegada também afirmou que vai pedir a transferência do síndico para o Complexo Médico Penal, que fica em Piraquara, assim que os médicos autorizarem.
"Cheguei à conclusão que o crime foi triplamente qualificado. Houve motivo torpe, que envolve a dívida o dinheiro, o crime foi cometido por emboscada e para assegurar a impunidade em outro crime, no caso a irregularidade financeira", explicou a delegada. A pena para homicídio triplamente qualificado é de 12 a 30 anos de prisão.
O advogado de Prestes, Marden Esper Maués, afirmou que em respeito à família não vai se pronunciar nessa fase da investigação. "A defesa só vai se pronunciar no inquérito policial e na ação penal", explicou.