Ponto crucial nos custos do transporte coletivo, os novos salários de motoristas e cobradores serão reajustados a partir desta segunda-feira (1º) – mesmo que a definição não saia nos próximos dias, os trabalhadores receberão o reajuste retroativo conforme manda a convenção coletiva da categoria. E a proposta patronal oficial ainda está distante do que os trabalhadores já apresentaram antecipadamente em dezembro passado. A categoria realiza assembleia nesta segunda-feira, às 20 horas, na Praça Rui Barbosa.
O Sindicato das Empresas de Ônibus de Curitiba e Região Metropolitana (Setransp) já formalizou uma proposta de reposição da inflação com base no Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC). O índice acumulado do ano passado ficou em 12,28%. Mas a categoria trabalha com o índice acumulado entre fevereiro e janeiro e o do último mês só será divulgado apenas próximo dia 15.
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Em dezembro passado, o Sindimoc diz ter apresentado ao sindicato patronal uma proposta de reajuste de reposição da inflação e 2% de aumento real. “Mas eles [os empresários] simplesmente falaram que não tinha condição [de atender]”, disse Anderson Teixeira, presidente do Sindicato dos Motoristas e Cobradores de Ônibus de Curitiba e Região Metropolitana (Sindimoc).
Motoristas e cobradores de ônibus veem conquistando aumento real desde 2009. Para Teixeira, entretanto, as altas nos custos do país e o desequilíbrio do setor em Curitiba devem pesar na negociação deste ano. “Dentro desse grande problema que temos no Brasil [alta do custo de vida], que vem acarretando Curitiba, entendemos que [apenas] a reposição do INPC estaria aquém [da pedida dos trabalhadores]. Mas também não vejo [a proposta patronal] muito distante”.
Além da questão salarial, o presidente do Sindimoc informou que a categoria deverá discutir a instabilidade do setor na assembleia marcada para hoje. “É essencial termos regularidade nos pagamentos e banirmos qualquer possibilidade de concretização daquela correspondência que ameaçava demitir dois mil trabalhadores”.
No final do ano passado, o Setransp emitiu um ofício no qual ameaçava demitir dois mil trabalhadores por um suposto desequilíbrio econômico do contrato causado por medidas adotadas pela Urbs. À época, a tarifa técnica (aquela que é repassada às empresas por passageiro transportado) estava em R$ 3,21. Ela está em R$ 3,27 agora e os empresários dizem que deveria estar em R$ 3,40 desde fevereiro do ano passado. Agora, estima-se que a nova pedida empresarial fique em R$ 4. Recebendo a menos do que consideram necessário há quase um ano, as empresas estão atrasando os salários da categoria.
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