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Tragédia no RS

"Só deixavam sair quem pagasse a comanda", diz testemunha de incêndio

Testemunhas relatam que os seguranças da boate Kiss, em Santa Maria (RS), impediram a saída das pessoas nos primeiros momentos do incêndio que atingiu o local na madrugada deste domingo (26) e deixou ao menos 231 mortos. "No começo, só deixavam sair quem pagasse a comanda", disse Murilo Lima à rádio Gaúcha. "No começo, os seguranças estavam barrando, pois não sabiam o que estava havendo", completa o jovem, que escapou da tragédia.

A informação foi confirmada pelo estudante de engenharia Mateus Abadi, 21. Ele afirmou à reportagem que os seguranças não sabiam o que acontecia. "Assustados, seguraram um pouco as pessoas. Até que perceberam a urgência e abriram as portas."Segundo ele, "não tinha como se mexer lá dentro, a casa estava lotada".

"Foi impressionante as pessoas sendo carregadas como saco de batatas, como se não valessem nada", relembra Abadi. O estudante conseguiu correr a tempo. "Estava perto da saída com minha irmã, mas um amigo infelizmente morreu", conta.Uma estudante da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) afirmou ainda que os extintores do local não estavam funcionando.

"O pessoal começou a correr e a se pisotear. Chegaram a me falar que havia uma pilha de dois metros de pessoas amontoadas no banheiro, tentando escapar do fogo que vinha mais baixo", relata ela, que não quis se identificar.

Ela conta ainda que se safou por questão de instantes. "Eu saí para fumar bem na hora", afirma aliviada. "Quando acendi o cigarro, todo mundo começou a sair correndo", completa.

A gaúcha perdeu cinco amigos na tragédia, mas ainda aguarda a divulgação de outros nomes de pessoas com quem não conseguiu mais contato.

Segundo ela, alguns dos extintores não estavam funcionando.

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