Imprensa se reúne em frente à delegacia para aguardar a chegada dos sócios da Interlaken| Foto: Aniele Nascimento/Gazeta do Povo/

As sócias proprietárias da agência de turismo Interlaken, que anunciou o fechamento via Facebook - e sem cumprir com pelo menos 120 contratos de viagem fechados ao longo de 2015 -, vão responder inicialmente por quatro crimes, afirmou nesta quarta-feira (6) o delegado Guilherme Rangel, da Delegacia de Crimes contra a Economia e Proteção ao Consumidor (Delcon). Além de propaganda enganosa, associação criminosa e indução de consumidor ao erro, eles também irão ser investigados por estelionato.

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De acordo com o delegado, entre 10 e 15 boletins de ocorrência apontam que as donas da empresa usaram dados pessoais de clientes, como números de documentos e informações bancárias, para negócios próprios. “Isso vai muito além de crime contra o consumidor”, declarou o delegado.

Até esta terça, 128 boletins foram registrados, mas a expectativa da polícia é de que o número passe para 150, caracterizando prejuízo de aproximadamente R$ 2 milhões.

Sócias da agência prestam depoimento

Apesar de todos terem sido convocados para prestar depoimento nesta quarta, apenas as duas sócias - Lúcia Fontoura e sua filha, Marseille, - compareceram à Delcon.

Inicialmente, a polícia acreditava que eram quatro sócios, mas são só duas. A confusão ocorreu pois a empresa tem um longo histórico societário. O terceiro a depor deve ser Augusto Benzi, diretor da empresa e filho de Lúcia, e ele deve ser ouvido nesta quinta-feira (7).

Antes da chegada da primeira depoente, ainda pela manhã, o chefe da investigação disse que não descartava a prisão dos envolvidos, caso comparecessem à delegacia. “A prisão é cabível sim, mas vamos ter fazer todos os interrogatórios, ouvir o que eles têm a dizer”, disse ele.

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Rangel disse ainda que todos boletins de ocorrência feitos até agora - 128 - terão de ser apresentado aos investigados. Por isso, os interrogatórios devem ser longos

De acordo com as apurações iniciais da polícia, os sócios da empresa não possuem bens equivalentes ao valor do provável prejuízo causado aos clientes. Em alguns casos, foram perdidos R$ 70 mil.