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A socióloga da Universidade Estadual de Maringá (UEM), Ana Lúcia Rodrigues, estuda o crescimento populacional na região maringaense há três anos. "Infelizmente, isso (aumento da violência) é reflexo do que os dados mostravam", comenta sobre uma reportagem feita pela Gazeta do Povo em maio passado. "A população aumenta, mas não o investimento em políticas públicas."

Ela analisa números divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) há duas semanas. As cidades de Maringá, Sarandi e Paiçandu tiveram um aumento populacional de aproximadamente 9,5 mil habitantes desde o ano passado. Sarandi cresce uma média de 4,5% ao ano. Em 2004, o município tinha 83.400 habitantes e hoje conta com 86.110 moradores. Dentro da tese de doutorado "A pobreza mora ao lado: segregação socioespacial na região metropolitana de Maringá", a socióloga mostra que 45% dos migrantes na região são de cidades num raio de 100 quilômetros e 32% de outros estados. "As pessoas vêm para Maringá, não conseguem emprego e vão morar nas cidades-satélites", analisa.

Outro dado preocupante está no acumulo de riqueza. Os 10% mais ricos de Maringá concentram 45% da riqueza hoje, sendo que há dez anos a concentração era de 39%, segundo dados do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD).

Já o percentual que falta para um indivíduo alcançar uma renda mensal domiciliar per capita maior do que R$ 37,75 – considerada a intensidade da indigência – passou na última década de 31% para 62% em Maringá. (AI)

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