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Bandeira dois

“Somos escravos sobre rodas”

Motoristas de táxi de Curitiba já estão sendo avisados pelos donos das permissões que terão de entregar o carro durante o mês de dezembro. É nessa época do ano que o setor mais fatura, devido à bandeira dois ao longo de todo o dia, uma forma de proporcionar aos colaboradores um ganho extra, já que não recebem 13º salário. "Agora que a gente poderia ganhar alguma coisa, o dono da permissão vai usar o carro para ele faturar mais ainda", reclama um colaborador, que não quer se identificar para não perder o emprego. Pelo menos dois motoristas ouvidos pela reportagem já foram comunicados.

"Nós, os colaboradores, nos sentimos escravos sobre rodas. Não temos permissão de táxi, mas temos de pagar todos os tributos como taxista", reclama. Para trabalhar, o colaborador precisa retirar o alvará de autônomo, de forma que não há vínculo empregatício nem com o taxista nem com a Urbs. "Assim, o taxista descarta a gente na hora que bem quiser. Somos explorados e, quando não precisam mais dos nossos serviços, somos mandados embora sem direito algum. Essas são as regras de hoje", reclama o colaborador.

Num dia bom, o colaborador fatura entre R$ 250 e R$ 350, dos quais precisa tirar, em média, R$ 60 para o combustível e pagar uma diária que varia de R$ 120 a R$ 150 para o dono da placa. Dos R$ 140 restantes, tira o almoço e o jantar e divide o que sobra por dois, já que tem de trabalhar 24 horas corridas para compensar o custo da diária, e assim precisa descansar no dia seguinte. Assim, chega-se a uma renda média de R$ 60 por dia, ou R$ 1,8 mil por mês. Para ter alguma garantia futura, o próprio colaborador tem de pagar a contribuição social.

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