Os ministros Reinhold Stephanes, da Agricultura, e Carlos Minc, do Meio Ambiente, chegaram a um entendimento sobre o plantio de cana-de-açúcar na Amazônia e no Pantanal. A decisão final, entretanto, caberá ao Palácio do Planalto. Na Amazônia, segundo os ministros, não haverá novos plantios, mas a área ocupada com usinas já instaladas poderá ser mantida.

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Há três usinas na região: no Acre, no Amazonas e no Pará Stephanes defendia o plantio da cana nas áreas de savana de Roraima, mas não haverá autorização para o cultivo generalizado nesta região. Segundo o ministro, há informações sobre a existência de uma usina no Estado, que poderá receber o mesmo tratamento das outras três.

No caso do Pantanal, não será permitido o plantio nas áreas de planície. No planalto, de maior altitude, áreas consolidadas há mais de dez anos poderão ser mantidas, especialmente aquelas que ocupam pastagens degradadas, desde que se utilize o plantio direto, com o revolvimento da terra a cada cinco anos. "Não haverá a aprovação de nenhum projeto novo na região", disse Stephanes referindo-se à Amazônia e ao Pantanal. "Este é um acordo que não quebra a produção e reduz o assoreamento dos rios da planície pantaneira", completou Minc.

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Em ambos os ecossistemas, o plantio não poderá ser feito em áreas que não tenham aptidão de solo, clima e declividade de 12 por cento, além das áreas de vegetação nativa.

Na reunião de hoje também foi decidido que os projetos de pesquisa que têm o objetivo de elevar a produção agropecuária e que envolvem questões de biodiversidade terão acesso facilitado pelo governo. A questão vai ser tratada em um projeto de lei, que será encaminhado pelo governo ao Congresso. Minc explicou que a intenção é diminuir o tempo de espera de autorização da pesquisa de um ano para 15 dias.

Segundo os ministros, há 13 assuntos de interesse comum entre os dois ministérios, dos quais dois foram resolvidos hoje: cana e autorização de pesquisa sobre a biodiversidade, desde que o objetivo dos estudos seja o aumento da produção agropecuária.

Boi pirata

Com relação aos leilões de bois piratas que não geraram interesse de compradores, o ministro do Meio Ambiente disse que a venda dos animais era "um objetivo secundário". O principal era forçar a saída dos pecuaristas que estavam na Reserva Ecológica Terra do Meio, em Altamira, no Pará Segundo Minc, das 30 mil cabeças que eram criadas na região, cerca de 20 mil foram retiradas. O ministro disse que terá uma reunião na quarta-feira com desembargadores que avaliam ações judiciais relacionadas ao tema para ressaltar a importância da realização do leilão.

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