Depois dos agricultores, nesta segunda-feira foi a vez de suinocultores paranaenses protestarem contra a crise enfrentada pelo setor, que teve início, segundo os próprios criadores, com o anúncio de focos de febre aftosa nos rebanhos do Paraná e Mato Grosso do Sul. Por aproximadamente uma hora, das 11 horas ao meio-dia, houve bloqueios em três regiões do estado na BR-116 em Curitiba, na BR-476, em União da Vitória (na região sul), e em Palmeira e Carambeí (na região dos Campos Gerais). As barreiras causaram filas de até três quilômetros nas rodovias. Em alguns locais, como em Curitiba, houve distribuição de sanduíches de carne de porco aos motoristas.
O anúncio da aftosa doença que também pode atingir os porcos fez vários países suspenderem a compra de carne do estado, inclusive a suína, e o preço caiu com o aumento da oferta no mercado interno. Segundo o presidente da Associação Paranaense de Suinocultores (APS), Irineu Wesler, o preço obtido pelo quilo do suíno vivo (no máximo R$ 1,50) não cobre os custos de produção, que chegam a R$ 1,75. "Estamos perdendo, em média, R$ 0,50 por quilo. Como um animal para abate tem cerca de 100 quilos, isso representa um prejuízo de R$ 50 em cada um", reclama. "Diferença que não estamos mais agüentando." O prejuízo total para os produtores já chegaria a R$ 1 bilhão.
De acordo com Wesler, os suinocultores querem o apoio do governo do estado nas negociações comerciais, em especial com a Rússia. O país é o principal comprador da carne suína brasileira 75% do que é exportado e é, segundo o presidente da APS, o destino de 25% da carne abatida no Paraná. Entre janeiro e outubro do ano passado ou seja, até o embargo russo à carne paranaense com o anúncio da aftosa esse porcentual representou 70 mil toneladas de carne suína.
O vice-presidente da regional da APS em Curitiba (Suinosul), Carlos Gessdorf, diz que os suinocultores precisam encontrar uma solução para a parte da produção que não foi exportada e está armazenada. Para isso, a Suinosul quer que o governo faça a mediação de uma negociação entre produtores, indústria e varejistas no sentido de aproveitar a carne no mercado interno. "Isso é emergencial. É o primeiro problema que temos de resolver, em curto prazo."
O coordenador do movimento em União da Vitória, Olinto Butewicz, afirmou que os produtores vêm sofrendo mais porque não têm as oportunidades de financiamento que são dadas às empresas que industrializam os suínos. Segundo ele, o preço baixo pago ao produtor não é repassado nos mesmos níveis ao consumidor. "Tem gente ganhando muito dinheiro", criticou.
Nesta terça-feira, às 17 horas, uma equipe da Suinosul vai apresentar o pedido de auxílio ao bloco agropecuário da Assembléia Legislativa, durante uma reunião. Segundo o presidente da APS, novos protestos podem ser organizados caso não haja acordo. De acordo com a Associação, existem cerca de 7 mil criadores de suínos no Paraná. A maior parte está concentrada na região de Toledo e em outros municípios da região oeste.
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