Quem passou pelo Parque Tanguá, em Curitiba, nas últimas três semanas teve uma surpresa nada agradável. No lugar do belo lago – com a tradicional cascata artificial de 65 metros de altura –, os visitantes se depararam com águas paradas, turvas e sujas, e apenas um fio d’água caindo do local onde deveria estar uma dos maiores atrativos do espaço. O problema - cuja causa seria uma bomba entupida - já teria sido consertado, segundo a prefeitura.
A professora Carla Tertuliano, de 38 anos, ficou desapontada com o que viu. De Anápolis (GO), ela havia visitado o parque há três anos, e desta vez trouxe a família toda para apreciar as belezas do local. “Da outra vez que vim, estava ventando, e o volume de água que caía da cascata era tão grande que molhava todo mundo. Em termos hídricos, agora está muito diferente, e para pior. Pensei que era uma questão climática, de seca. Mas a limpeza está deixando a desejar, a água está com um aspecto sulfuroso”, observou a turista.
A mãe dela, a cuidadora Cleimi Alves da Silva, 55, gostou muito do parque, mas desaprovou a limpeza do local. “Achei a água suja, vimos peixes mortos e sacolinhas plásticas. Mas no geral é muito belo.” A família de Goiás também reparou que alguns jatos do espelho d’água da parte de cima do parque, em frente ao mirante, também não estavam funcionando.
“Esta água vermelha estão dizendo que é alga, mas não sei, não”, argumentou um trabalhador do parque que não quis se identificar. “A cascata está desligada há pelo menos um mês. Ligaram na quinta-feira (14) para a passagem da tocha olímpica, mas depois parou de funcionar de novo”. As informações foram coletadas pela reportagem da Tribuna do Paraná na última sexta-feira (15).
Problema se repete
Não é a primeira vez que a cascata apresenta problemas. Em fevereiro de 2015 a Tribuna publicou uma matéria registrando a interrupção do funcionamento, que foi atribuída, à época, a quedas de energia causadas por raios e tempestades.
Desta vez, a equipe de uma empresa terceirizada que faz a manutenção dos parques de Curitiba estava no local, mexendo na bomba que impulsiona a água para a cascata. Um dos funcionários disse que o equipamento entupiu e queimou por causa da sujeira do lago.
Conforme o Departamento de Parques e Praças da Secretaria Municipal de Meio Ambiente (SMMA), o lixo em torno do lago é composto principalmente por latas de cerveja e garrafas pet deixadas por frequentadores do local. “A limpeza no lago é realizada por equipe própria nas segundas e sextas-feiras. Alguns peixes da espécie tilápia, exótica, estão morrendo em lagos por não suportarem a variação térmica desta estação”, esclareceu a pasta.
Sobre a queda d’água, o departamento alegou que a cascata artificial do Parque Tanguá ficou 30 dias sem funcionar por problemas técnicos da bomba. Durante o período necessário para o conserto foi realizada a limpeza dos filtros e construída uma nova comporta. Segundo a secretaria, o motor da bomba foi reinstalado na última quinta-feira (14), dia da passagem da tocha olímpica pela capital, mas foram necessários ajustes na manhã de sexta, quando a Tribuna esteve no parque. De acordo com a SMMA, a cascata estava funcionando normalmente já na tarde do mesmo dia.
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