Uma mulher suspeita de aliciar crianças se entregou na noite desta terça-feira (30) para a polícia do Paraná. Luciana Polerá Cardoso, de 21 anos, é acusada de ser a agenciadora de meninas no caso que envolve policiais civis em esquema de extorsão por meio de uma rede de exploração sexual infantil. Luciana chegou à Corregedoria da Polícia Civil, em Curitiba, acompanhada do advogado e foi ouvida pela delegada corregedora Dayse Barão Dorigo, que preside o inquérito.
Segundo o depoimento de Luciana, há indício de que outras 25 pessoas, entre policiais e não policiais, estejam envolvidas no caso. "Tínhamos informações de outros policiais acusados de fazer parte do esquema, mas não havíamos conseguido identificá-los", afirmou a delegada Dayse, por meio da assessoria de imprensa da Secretaria de Segurança Pública (Sesp).
A polícia não informa onde Luciana está presa, por questões de segurança. Segundo a Sesp, a acusada é tida como peça-chave nas investigações. Com as novas informações de Luciana, a delegada iniciará uma nova fase de depoimentos com os policiais civis acusados por Luciana. A delegada Dayse se pronunciará sobre o caso apenas após o encerramento do inquérito. O prazo inicial termina nesta sexta-feira, dia 2, mas ele pode ser prorrogado por mais 30 dias.
Luciana Polerá Cardoso responderá aos crimes de extorsão, formação de quadrilha, exploração sexual comercial infanto-juvenil e corrupção de menores.
Navalha na carne
No dia 23 de maio, a Sesp, por meio da Corregedoria da Polícia Civil, prendeu dois delegados, seis investigadores, um escrivão e dois agentes administrativos, durante a Operação Navalha na Carne, em Curitiba. No dia seguinte, outros três policiaisse entregaram à Corregedoria. Eles são acusados de crimes como concussão, formação de quadrilha, exploração sexual comercial infanto-juvenil, corrupção de menores, estupro e atentado violento ao pudor. Ao contrário do que acontece com a acusada de aliciar as crianças, os nomes dos policiais não são divulgados pela Sesp.
Esquema
O secretário de Segurança, Luiz Fernando Delazari, explicou na semana passada que os policiais ofereciam dinheiro a crianças em escolas, em troca de fotos e encontros. Por meio de um site na internet, uma agenciadora, marcava encontros com os clientes interessados.
Quando as crianças estavam com os "clientes" em um quarto de hotel ou na casa dessa agenciadora, os policiais invadiam o local, muitas vezes com câmeras de vídeo e máquinas fotográficas. Segundo Delazari, a maioria era intimada a pagar propina para que seus nomes não fossem envolvidos em uma investigação de pedofilia. Os valores variavam de R$ 5 mil a R$ 30 mil.
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