Horas depois de ter sido detido na tarde da última sexta-feira (4), em Santa Cecília, no interior de Santa Catarina, José Ademir Radol, 49 anos, foi encontrado morto dentro da delegacia em Rio Negro, no Sul do Paraná. O corpo deu entrada no Instituto Médico Legal (IML) de Curitiba às 4 horas da madrugada deste sábado (5).
Segundo o IML, pela apuração preliminar a causa da morte é enforcamento. O mecânico, suspeito de ter assassinado Aline Moreira, 18 anos, foi preso três dias após o corpo da jovem ter sido encontrado em Rio Negro.
Radol estava em uma cela com outros três presos que eram mantidos em separado por correrem risco de serem agredidos pelos demais. Na noite de sexta, a delegacia abrigava 40 presos, de acordo com o inspetor da Polícia Civil Luis Ribeiro, que assumiu o plantão esta manhã.
Ele conta que Radol fez os exames hospitalares regulares no início da noite e que foi levado à cela por volta das 20 horas. Três horas depois os presos teriam chamado os policiais de plantão e o suspeito de matar Aline Moreira teria sido encontrado pendurado em uma porta. "O perito que o encontrou primeiro disse que os sinais da causa da morte eram mesmo de enforcamento, e que ele cometeu suicídio com tiras de lençol", conta. Os outros três presos que estavam na mesma cela já prestaram depoimento na manhã deste sábado.
A prisão
Radol foi encontrado escondido na casa de uma irmã e detido por volta das 14h de sexta-feira. "Com o auxílio da polícia local, descobrimos que ele tinha parentes na área rural da cidade. Quando chegamos lá hoje, verificamos que eles já sabiam o que o suspeito tinha feito, e o tinham expulsado. Então fomos até o endereço da irmã, na zona urbana, cercamos a casa e fizemos a prisão", explica o delegado Sérgio Luiz Alves, de Rio Negro.
José Ademir Radol, segundo a polícia, tinha um relacionamento com a mãe de Aline. A família morava em Mafra (SC), cidade próxima à fronteira com o Paraná. Na última sexta-feira (27), há uma semana, o suspeito teria oferecido a Aline uma carona para Curitiba.
Naquela noite, ambos foram vistos no município paranaense de Rio Negro. Segundo testemunhas, eles foram encontrados em uma estrada rural da cidade, andando a pé. Esta seria a última vez em que Aline foi vista com vida. Cerca de uma hora depois, apenas o homem caminhava pelo local, e em seguida desapareceu.
Na terça-feira (1), policiais descobriram o carro do suspeito. O delegado Sérgio Luiz Alves, de Rio Negro, foi à região com os Bombeiros e então localizou o corpo de Aline, a 300 metros de onde estava o veículo. O cadáver estava sem roupas e aparentava violência sexual. Na quinta (3), Radol teve uma foto divulgada pela polícia.
A polícia ainda espera o resultado do laudo do Instituto Médico Legal (IML), que deve indicar se a garota realmente foi abusada. O resultado, no entanto, só deve sair na próxima semana.
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