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Denúncia

PF apura vazamento da redação

Folhapress

Estudantes de uma escola particular de Petrolina (a 780 km de Recife) teriam tido acesso ao tema da redação do Enem antes da aplicação da prova. O vazamento, segundo o professor de Português Marcos Antonio Freire de Paula, do colégio Geo, onde eles estudam, teria sido comunicado por um aluno sobre o caso cerca de uma hora antes do exame. A Polícia Federal investiga o caso.

De acordo com ele, esse estudante o procurou para pedir conselhos sobre como desenvolver um texto que abordasse os assuntos "trabalho e escravidão". O trabalho escravo foi o título de um texto de apoio para o tema da redação.

"Ele chegou dizendo que o tema havia vazado e que sabia que seria esse", afirmou o professor. "Eu não dei muita importância, mas, como ele perguntou, nós discutimos o assunto." Logo em seguida, disse, outros alunos se aproximaram perguntando a mesma coisa. "Tínhamos vários professores num ponto de apoio do colégio no local da prova, e todos foram atendidos", afirmou.

Questionados sobre como teriam tido acesso à informação, os estudantes disseram que o vazamento ocorreu no Piauí, na cidade de São Raimundo Nonato. "Quando a prova acabou e o pessoal confirmou o tema da redação, tomei um susto", afirmou Freire de Paula.

Universidades federais que usam o Enem para a seleção de novos alunos enfrentam um impasse sobre o que fazer diante da decisão da Justiça do Ceará de suspender a validade do exame em todo o país. As instituições que optaram por um sistema misto – que inclui tanto análise da nota do Enem quanto de exames próprios – estão em uma situação mais confortável. Para elas, caso o resultado do Enem demore a sair, a alternativa é levar em consideração apenas as notas dos candidatos obtidas no vestibular.Já as que dependem exclusivamente do Enem para seleção dos alunos ouvidas pela reportagem informaram que não vão fazer nenhuma mudança na política até agora adotada. Até porque, não haveria tempo suficiente para montar todo o esquema de avaliação. "O Enem é um exame de alto nível. Não há razão para que ele seja substituído. Vamos esperar. Há bastante tempo até o início do ano letivo", afirmou o reitor da Universidade Federal Rural do Semiárido, Josivam Barbosa. A Universidade de Pelotas e a do Mato Grosso também vão aguardar o resultado do Enem.

UFPR

O reitor da Universidade Federal do Paraná (UFPR), Zaki Akel Sobrinho, não vê razões para a universidade abrir mão do exame como um dos critérios de admissão – o Enem equivale a 10% da nota do vestibular da instituição. "Estamos confiantes de que o MEC e o Inep irão recuperar essa situação e encaminhar uma resposta ao problema." O reitor afirma que somente na sexta-feira será possível aferir quantos candidatos foram afetados pelas falhas, e então tomar um posicionamento. "Queremos focar no vestibular e transmitir tranquilidade aos alunos e suas famílias."

A primeira fase do concurso da UFPR ocorre no próximo domingo. Já as provas da segunda fase estão marcadas para os dias 5 e 6 de dezembro, data que pode coincidir com a reaplicação do Enem para os candidatos prejudicados. Em princípio, a UFPR não cogita mudar a data.

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