Condenada a 39 anos pela morte dos pais, Suzane von Richthofen ficará dez dias na solitária do presídio de Tremembé (147 km de SP) sob acusação de ter mentido à Justiça para ter direito à saída temporária do Dia das Mães. A detenta teria informado um endereço de estadia errado em documento assinado por ela para ser liberada. Ela foi presa nesta domingo (8), antes do fim do período da saída temporária.
Em nota, a Secretaria da Administração Penitenciária, da gestão do governador Geraldo Alckmin (PSDB), disse que tomou a medida baseada na Lei de Execução Penal.
Durante os dez dias de solitária, secretaria e Justiça vão concluir a investigação da acusação. No período, Suzane não poderá comer nem tomar banho de sol com as outras detentas.
Se considerada culpada, Suzane poderá perder o direito ao regime semiaberto -- se for comprovado que ela agiu de má-fé.
Se isso correr, ela perderia o direito de sair do presídio de dia (e voltar à noite), e passaria ao regime fechado, 24 horas dentro da prisão. Também perderia o direito a outras saidinhas de feriados.
A primeira vez que Suzane havia tido o direito de deixar a prisão foi no último feriado de Tiradentes (11 de março).
Sítio
Segundo reportagem divulgada anteontem pelo “Fantástico”, da Globo, no endereço dado por Suzane em Angatuba (214 km de SP) funciona uma loja. O dono afirmou que não conhece a jovem pessoalmente. Suzane foi presa pela PM em um sítio na mesma cidade, na madrugada deste domingo.
A “Veja São Paulo” afirmou nesta segunda que o endereço dado por Suzane era de um familiar de seu novo namorado, de 37 anos. A revista diz que o namorado de Suzane tem uma irmã presa em Tremembé e que ia visitá-la todo mês - o namoro teria começado no segundo semestre de 2015, após se conhecerem em cultos da igreja evangélica no presídio.
À época, Suzane já havia terminado namoro com outra detenta, Sandra Regina Ruiz Gomes.
Defesa
Segundo o defensor público Ruy Freire, responsável atualmente pela defesa de Suzane von Richthofen, tudo não deve ter passado de um “mal-entendido” que deverá ser solucionado nos próximos dias.
“Houve um erro no cadastro do endereço. Não foi nada de má fé da minha cliente para que houvesse uma fuga ou algo do tipo. O local onde ela foi encontrada não fica nem a 3 km de distância”, disse Freire.
O defensor não confirma as revelações feitas pela “Veja SP”, mas diz que é possível que o endereço dado por Suzane fosse de familiares do sítio onde ela foi encontrada.
“Pode ser imóvel da mesma família. Pode ser que ela tenha ido para o sítio só à noite daquele dia [último sábado]. O que importa é que ela [Suzane] não agiu de má fé. Não foi algo pensado, como querem fazer parecer. Vou conversar com ela o quanto antes para decidirmos como vamos agir”, disse Freire.