Mesmo ainda sem previsão para começar a operar em Curitiba, o Uber, sistema que integra usuários a motoristas particulares, vai ser o ponto central de um protesto em Curitiba na próxima sexta-feira (28) – dia em que a Câmara Municipal realiza uma audiência pública para debater o uso do aplicativo na capital.
O ato será em frente à Câmara e, de acordo com previsão da União dos Taxistas da capital (UTC), deve reunir em torno de 500 motoristas, a partir das 13 horas. A audiência começa às 14 horas.
A UTC informou, nesta quarta-feira (26), que já solicitou à Secretaria Municipal de Trânsito e ao Batalhão de Polícia de Trânsito o fechamento parcial dos trechos da rua Barão do Rio Branco e Avenida Visconde de Guarapuava, que ficam no entorno da Câmara. A expectativa é de que todos os táxis que sigam para o local do protesto possam ficar nas faixas interditadas dessas vias.
Rogério Félix, vice-presidente da UTC, disse que não haverá carreata dos motoristas no dia. A ideia é que, antes do início da audiência, os profissionais se reúnam para mostrar a qualidade dos táxis que operam atualmente em Curitiba.
“Queremos mostrar para os vereadores, para a Câmara, para a sociedade em geral que estamos preparados para dar o máximo de conforto para todos os usuários e que estamos preocupados com essa situação de pirataria e clandestinidade que é o Uber”, disse o vice-presidente da associação. Nesta semana, o Uber já havia sido classificado como “sistema pirata” pelo Sindicato dos Taxistas do Paraná.
Na terça-feira passada, o projeto de lei que proíbe o Uber em Curitiba foi devolvido ao autor, o vereador Chico do Uberaba (PMN), para que este promova alterações no texto. Segundo análise inicial da Comissão de Legislação, Justiça e Redação, a proposta continha erros formais que precisavam ser corrigidos. O parlamentar adiantou que vai fazer os ajustes com “urgência” e reapresentar o projeto.
Se por um lado opositores ao uso da plataforma criticam o Uber e alegam que o sistema gera concorrência desleal e que não tem garantias de segurança, por exemplo, por outro, responsáveis pela criação da plataforma defendem dizendo que o serviço é legal e que existe a possibilidade de regulamentar a atividade. Em seu site, a empresa argumenta que, por ser uma “plataforma inovadora”, ainda não há regulamentação no mercado para o serviço. Mas, a própria empresa traça uma analogia com as redes sociais, que só foram reguladas em 2013, com o Marco Civil da internet.