Para Marco Ferreira, o site é uma maneira de manter o pai vivo em sua memória| Foto: Aniele Nascimento / Agência de Noticias Gazeta do Povo

QR Code

O código foi desenvolvido na década de 1990 no Japão e chegou recentemente ao Brasil, onde começa a ganhar espaço, principalmente em campanhas publicitárias. Ele é formado por uma espécie de desenho com pontos e, por meio da câmera de telefones celulares e tablets, é possível escaneá-lo e, assim, acessar páginas na internet e conteúdos de diferentes tipos.

Há setores que começam a usar a tecnologia para garantir maior segurança aos cidadãos. No Paraná, por exemplo, há um projeto que busca implantar os QR Codes nas placas de veículos para que, por meio dele, seja possível que o Departamento de Trânsito (Detran) rastreie a origem e o destino de cada placa.

Além da câmera, é necessário que o aparelho tenha algum aplicativo que habilite a leitura do código. Esses aplicativos são encontrados gratuitamente em lojas virtuais como a App Store, para usuários do iOS e a Google Play, para quem usa o Android.

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Desenhos formados por pontos são lidos pelas câmeras para dar acesso a diferentes conteúdos
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Em vez de apenas prestar homenagens tradicionais como deixar flores no túmulo da pessoa querida que já morreu, famílias de Curitiba decidiram eternizar a memória dos falecidos usando a internet. Com a ajuda de uma equipe de jornalistas e suporte de um psicólogo, elas criaram blogs para seus familiares, nos quais contam suas histórias por meio de uma curta biografia, fotos, música e até vídeos. O projeto, idealizado pelo Crematório Vaticano, vai ser lançado oficialmente no próximo sábado (2), no Dia de Finados.

É possível acessar esses sites por meio de adesivos com um QR Code - uma espécie de selo que pode ser "lido" por smartphones e tablets - colados nas urnas de cinzas que estão colocadas na chamada "Sala de Memórias" do Crematório. A ideia já faz sucesso em outros países, especialmente no Japão, mas é relativamente nova no Brasil. Para conhecer as páginas, basta usar um smartphone ou tablet, que funcionam como escâneres do código. Quem visitar o espaço, que fica na Rua João Manoel, 460, no São Francisco, pode usar seu aparelho para conhecer a história de todos os homenageados que têm códigos em suas urnas no local.

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"Se a pessoa não sabe nada sobre seu tataravô, por exemplo, uma página na internet sobre ele pode fazer com que as gerações mais novas o conheçam", explica a diretora do Crematório Vaticano, Mylena Cooper. "Além disso, o site ajuda no processo de luto, já que enfatiza as boas lembranças deixadas pela pessoa", acrescenta.

Para construir a homenagem virtual, as entrevistas são conduzidas de modo a destacar aquilo que a pessoa representava à família. "Perguntamos, por exemplo, qual era o livro favorito dela, seu time de futebol, música que mais gostava. Não perguntamos como a pessoa morreu", comenta o jornalista Lucas Gabriel Marins, que coordena o projeto.

O estudante de física Kaike Siqueira, de 19 anos, gostou da ideia e decidiu homenagear o avô. Segundo ele, uma página na internet é uma grande consideração e não há problema na possibilidade de outras pessoas que passarem pela Sala de Memórias conhecerem a história de seu ascendente. "Eu falo do meu avô a quem eu puder porque ele foi muito querido. Acho maravilhoso que possam conhecê-lo pelo blog", diz. O administrador Marco Ferreira também aderiu ao projeto e eternizou o pai pela internet. "Eu não queria me esquecer dele. Dessa maneira, ele fica sempre vivo na minha memória", justifica.

Para criar uma página, o processo é gratuito àqueles que já mantêm uma urna no Crematório Vaticano. Quem se interessou, precisa criar uma urna de memórias, que custa a partir de R$ 1.092,50.