São Paulo - Um barranco de cerca de 20 metros de altura desmoronou, na noite de quinta-feira, no bairro Jardim Aparecida, em Francisco Morato, região metropolitana de São Paulo, matando três pessoas da mesma família: Wagner Lui Gonçalves, 50 anos; Iara da Silva Oliveira Gonçalves, 47 anos; e a filha deles, Amanda Gonçalves de Oliveira, 15 anos.

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Na mesma noite, o estudante Carlos Gabriel Ferreira do Rosário, 11 anos, foi encontrado na Barra­­gem da Usina Piratininga, no extremo sul de São Paulo, depois de cair num bueiro enquanto chovia. Com isso, subiu para 68 o número de mortos pelas chuvas desde dezembro em São Paulo.

A chuva em Francisco Morato começou às 19 horas. Às 21h30, a terra deslizou. Os bombeiros chegaram apenas duas horas depois do acidente, quando os vizinhos tentavam cavar a lama com as mãos para retirar as vítimas. Na casa da frente, também atingida pelo desabamento, morava parte da família, que teve apenas ferimentos leves. Parentes dos mortos reclamam de descaso. A filha do casal soterrado, que se identificou somente como Cristia­ne, acredita que o deslizamento foi causado pela falta de manutenção em um sistema de encanamento que passava acima da casa e afirmou que estuda entrar na Justiça contra a prefeitura.

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O prefeito Zezinho Bressane (PT) negou que tenha sido negligente em não realizar obras no local. "Não podemos trabalhar com o solo encharcado dessa maneira. É perigoso."

Na mesma rua onde aconteceu o deslizamento, o pedreiro Gerivaldo Almeida teve de sair de casa após o local ficar alagado por semanas, no início do mês. "Eu mesmo tive de interditar minha casa. Vou ter de aterrar tudo e construir uma nova por cima, começando do zero. Fui à prefeitura pedir ajuda, mas não deu em nada", disse.

Um pouco mais acima, no mesmo bairro, uma aposentada, que preferiu não se identificar, convive há quase dois meses com um buraco de quase 5 metros de comprimento ocupando metade da rua na frente da sua casa. "Pedi para interditarem isso aqui, porque está aumentando cada vez mais. Mas sabe o que me disseram? Que era para deixar a casa cair, pois eles não tinham como fazer nada", contou.