O tempo ajudou, nesta sexta-feira (19), e o sol até apareceu em algumas regiões de Minas Gerais. Mas dezenas de cidades continuam alagadas e o abastecimento de água está prejudicado. Quarenta e um municípios decretaram situação de emergência desde setembro, quando começou o período de chuvas. Doze pessoas morreram.

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Em Mário Campos, o rio avançou cem metros nas margens e quase encobriu algumas casas. Moradores tiveram que sair às pressas.

O Rio Pomba baixou três metros em Cataguases. Alguns pontos da cidade não estão inundados, mas ficam cheios de lama e entulho. Dez mil pessoas permanecem em escolas e igrejas. Sem água potável, a aposentada Lira Rodrigues da Rocha teve que ir até o rio encher baldes para limpar a casa.

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Em Betim, os vizinhos deram um jeito de acompanhar o recuo do rio. Eles colocaram um pedaço de madeira para indicar onde a água chegou durante a madrugada.

Causas

A combinação de chuva intensa e prolongada com um número muito grande de rios foi o que provocou os alagamentos em Minas Gerais. Mas o ambientalista Otávio Freitas diz que a situação foi agravada por outros problemas: a ocupação desordenada e a mineração, que causam o assoreamento dos rios. "Quando o rio está assoreado, ele não tem capacidade de conter e absorver a quantidade de chuva adicional. Conseqüentemente, a água transborda", diz. Três grandes rios nacionais nascem em Minas: o São Francisco, o Rio Grande e o Paranaíba. Além deles, outros mil cursos de água cruzam o estado com 660 barragens.

Uma delas foi aberta na quinta-feira (18), em Santana do Jacaré, para dar vazão às aguas, e inundou toda a cidade.

Abastecimento

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Em Divinópolis, casas e ruas continuam alagadas. Parou de chover e o nível do Rio Itapecerica baixou dois metros. Mas uma ponte continua interditada porque a correnteza está muito forte.

A estação de tratamento de água foi invadida pela enxurrada e o fornecimento foi interrompido em 80% do município. Técnicos da companhia de abastecimento ainda não sabem quando será possível limpar os equipamentos. Caminhões buscam água em outras cidades para abastecer hospitais, comércio e residências.