Fortes chuvas acompanhadas de granizo atingiram as regiões Oeste e Sudoeste do Paraná entre as 18h30 e as 22h30 de quinta-feira (11) e destelhou 700 residências. Rajadas de vento atingiram 93 quilômetros por hora. O chefe da seção de Defesa Civil, major Osni José Bortolini, disse que ninguém ficou desabrigado e não há informações sobre feridos.
O município mais afetado foi Santa Izabel do Oeste , Sudoeste, que teve pelo menos 450 casas atingidas. Em Francisco Beltrão, também no Sudoeste, estima-se que 160 imóveis foram afetados pelos fortes ventos, enquanto em Santa Terezinha de Itaipu, 46 casas, localizadas em uma vila de pescadores próxima ao Lago de Itaipu, foram destelhadas. Outros municípios, como Ampére e Quedas do Iguaçu, também foram afetados, mas com menor intensidade.
Segundo a Coordenadoria Estadual de Defesa Civil, em todas as cidades houve distribuição de lonas para os moradores e ninguém ficou desalojado. De acordo com o Instituto Tecnológico Simepar, a chuva continuou a cair nas regiões, com menor intensidade, na sexta-feira (12), ainda em conseqüência de uma frente fria proveniente do Sul e que se desloca em sentido ao litoral.
Frente fria chega a Curitiba
Ana Beatriz Porto, meteorologista do Simepar, explica que a frente fria deve chegar na tarde desta sexta-feira (12) à região metropolitana de Curitiba e ao litoral do estado. "No máximo até a noite, a nebulosidade aumenta e o tempo fica bastante instável", diz. As chuvas devem vir acompanhadas de trovoadas e, ocasionalmente, de rajadas fortes de ventos. Até o sábado as áreas de instabilidade devem passar pela região. "No fim de semana o céu fica bastante nublado na faixa leste do estado, mas não há previsão de chuvas fortes", afirma Beatriz.
Cezar Gonçalves Duquia, também meteorologista do Simepar, explica que diversos fatores locais influenciam na intensidade dos temporais. "No Oeste do Paraná, o problema foi o encontro dessa frente fria com uma massa de ar quente que cobria a região", diz. Ele lembra que nos últimos três dias, algumas áreas chegaram a registrar 37°C à sombra. A primeira conseqüência é que a umidade sobre temperaturas elevadas favorece a rápida formação de nuvens. "A diferença entre as massas de ar provoca ainda ventos mais intensos e grande quantidade trovoadas", conta Duquia.
Para a região da capital, a situação de altas temperaturas é semelhante, mas o meteorologista não prevê quadro tão grave. "Não estão previstas chuvas tão intensas de imediato", diz. "Mas como a atmosfera está bem instável, podemos ser surpreendidos por algum evento mais severo", alerta.
Rio Grande do Sul
A frente fria é a mesma responsável por temporais que deixaram 37 mil pessoas sem luz no Rio Grande do Sul na quinta-feira. De acordo com informações do jornal Zero Hora, a Defesa Civil gaúcha já recebeu decreto de situação de emergência em 12 cidades até a manhã desta sexta-feira em razão do temporal que atingiu o estado nos últimos dois dias. Ao todo, cerca de duas mil pessoas teriam ficado desalojadas e três mil casas destelhadas no Rio Grande do Sul.
A Secretaria Nacional de Defesa Civil (Sedec), do Ministério da Integração Nacional alerta para a possibilidade dos temporais prosseguirem até o sábado (13) em quatro estados do país: Mato Grosso do Sul, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná.