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Uma testemunha do processo contra o ex-deputado Carli Filho, envolvido em um acidente com duas mortes em Curitiba em 2009, é suspeita de ter se envolvido em uma colisão com uma morte em Florianópolis, Santa Catarina, na manhã de quinta-feira (15). O acidente entre um Audi e um Pálio aconteceu na Avenida Luiz Boiteux Piazza e um dos ocupantes do Pálio, um homem de 53 anos identificado como Sérgio Souza, morreu no local.

De acordo com a 7ª Delegacia de Polícia de Florianópolis, o condutor do Audi não teria prestado socorro à vítima. Uma segunda pessoa estava no Pálio e teve ferimentos na perna. Testemunhas do acidente teriam identificado o condutor do veículo importado como o cardiologista Eduardo Missel, que atua em Curitiba.

Missel é testemunha no caso de Carli Filho. Em maio de 2009, o ex-deputado se envolveu em um acidente que matou os jovens Gilmar Rafael Souza Yared, 26, e Carlos Murilo de Almeida, 20. Segundo testemunhas, ele estava em alta velocidade e embriagado.

De acordo com o advogado criminalista Elias Mattar Assad, que defende a família Yared no processo, Missel depôs em juízo sobre o caso. "Ele [Missel] disse que estava com Carli Filho em um restaurante antes do acidente e que teriam tomado vinho. Disse ainda que aconselhou Carli a não dirigir, mas que o ex-deputado insistiu em ir embora com o próprio carro", afirma Assad.

Horas após o acidente de Florianópolis, o pai de Gilmar Yared, homônimo do filho, publicou em sua conta no Facebook um texto se mostrando indignado com o caso. "Naquela noite os dois haviam consumido 4 garrafas de vinho. Acredito que se o ex-deputado no mínimo tivesse sido julgado, teríamos evitado a morte de mais um inocente [Sérgio Souza]", postou Yared.

A 7ª Delegacia de Polícia de Florianópolis informou que Missel ainda é apenas "suspeito" e que mais informações sobre o caso seriam divulgadas apenas na segunda-feira, quando o delegado responsável pela unidade estará de plantão. A reportagem não conseguiu localizar o cardiologista no número de telefone do consultório onde ele trabalha.

Caso Carli Filho

Carli Filho foi denunciado pelo Ministério Público e pronunciado em primeira instância com dolo eventual (quando não se tem a intenção de matar, mas assume-se o risco pelos atos). O tribunal de Justiça do Paraná havia decidido que ele iria a júri popular, mas a defesa recorreu.

O ex-deputado responde ao andamento da ação em liberdade e ainda poderá ir a júri popular. Conforme previsão da assistência de acusação, o julgamento deve ocorrer entre o fim deste ano e o primeiro semestre de 2013.

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