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investigação do gaeco

Testemunhas apontam que Recalcatti participou de agressões a suposta vítima de execução

 | Aniele Nascimento/Gazeta do Povo
(Foto: Aniele Nascimento/Gazeta do Povo)

Depoimentos de testemunhas ouvidas pelo Grupo de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) afirmam que o delegado Rubens Recalcatti estava à frente da operação que terminou com a morte de Ricardo Geffer e que ele teria se entregado antes de ser morto com oito tiros. A informação foi divulgada pelo PRTV 2.ª edição na noite desta quinta-feira (15). Elas apontam que a vítima estava algemada quando foi atingida pelos disparos de arma de fogo. Durante a abordagem da suposta vítima de execução, Recalcatti teria dito Geffer: “é você mesmo que a gente quer”. Ele foi morto no dia 28 de abril em Rio Branco do Sul, na Região Metropolitana de Curitiba.

O PRTV teve acesso a três dos cinco depoimentos que sustentaram a prisão dos policiais civis. Uma das testemunhas ouvidas pelo Gaeco afirmou que o delegado Rubens Recalcati estava entre os homens presentes na cena do crime. Ela contou que Geffer estava com amigos e desarmado quando os policiais chegaram.

“Eu tava na frente da minha casa, na porta até...e ele tava sentado; falaram que é a polícia, ele levantou já levou uma pistolada na cara”, disse uma das testemunhas. Outra confirmou que a polícia chegou e deu voz de prisão a Geffer. “Já levou a pistolada, algemaram ele começaram a judiar, colocaram a vara no pescoço dele”, contou.

Ricardo Geffer era suspeito de assassinar o ex-prefeito de Rio Branco do Sul, João Dirceu Nazzari, conhecido como João da Brascal, ex-prefeito de Rio Branco do Sul e primo de Recalcatti. O delegado e outros quatro policiais tiveram a prisão temporária decretada na terça-feira.

De acordo com outra testemunha, Recalcatti teria participado das agressões que a vítima sofreu antes de morrer. Ao ser questionado quem batia em Geffer, ela respondeu que “o delegado deu uma pistolada, né”. Mas não conseguiu dizer quem atirou. Sustentou, porém, que um dos homens do grupo – identificado como Mauro - pediu autorização a Recalcatti para matar o rapaz. “O moreno que, eu vi, ele levantar e dizer eu sou o Mauro deixa eu matá [sic] ele...falou pro delegado “. Perguntado o que o Recalcatti teria falado, a testemunha disse: “daí eu já escutei os tiros, né?”. O Gaeco, então, pergunta: “mataram ali na frente do senhor?”. A testemunha responde: “Atiraram ali na porta ali”.

As investigações apontam que o “Mauro” apontado pela testemunha seria Mauro Sidnei do Rosário, que é considerado foragido da Justiça. O suspeito não teria vínculos com o Departamento de Polícia Civil, mas seria um dos participantes do crime

Defesa

A defesa de Rubens Recalcatti sustenta que a prisão do delegado é ilegal, mas não nega que ele estava em Rio Branco do Sul no dia da morte de Ricardo Geffer. A alegação é de que Recalcatti investigava uma quadrilha e que Geffer foi morto durante uma troca de tiros.

O advogado do delegado, Claudio Dalledone, entrou ainda na tarde desta quinta-feira (15) com pedido de habeas corpus no Tribunal de Justiça.

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