Com cerca de meia hora de atraso, o segundo julgamento sobre o massacre do Carandiru, em outubro de 1992, foi retomado na manhã desta terça-feira (30) por volta das 10h30. Prestam depoimento neste segundo dia de júri as testemunhas convocadas pela defesa dos 26 policiais militares acusados de matar 73 detentos no 2º andar do Pavilhão 9 do complexo penitenciário. A primeira testemunha a falar é protegida por sigilo e a imprensa não teve acesso ao depoimento.
Na segunda, 29, foram quase 14 horas de júri. Os sete homens que compõe o corpo de jurados ouviram as quatro testemunhas de acusação. O perito Osvaldo Negrini Neto, que vistoriou o Carandiru depois do massacre, foi o único a depor pessoalmente do Fórum Criminal da Barra Funda, na zona oeste de São Paulo. Os jurados assistiram aos vídeos de dois ex-detentos e sobreviventes do massacre, Marco Antônio de Moura e Antônio Carlos Dias, e do diretor de disciplina do Carandiru à época, Moacir dos Santos, que foram testemunhas no primeiro julgamento sobre o caso, em abril deste ano.
Uma segunda testemunha protegida deve ser ouvida nesta terça-feira. Para depor pessoalmente, a defesa dos PMs convocou o ex-governador do Estado de São Paulo, Luiz Antônio Fleury Filho, e o ex-secretário de Segurança, Pedro Franco de Campos. Os depoimentos dos desembargadores Ivo de Almeida e Luiz Augusto San Juan França serão assistidos em vídeo.
A previsão é de que o julgamento termine na sexta-feira (2). Na quarta e na quinta-feira, respectivamente, haverá interrogatórios e análise das peças.