Tom e Téta mal sabem da novidade que está por vir. Daqui a 90 dias, a dupla de tigres do Zoológico de Curitiba poderá se esbaldar, correr, subir em troncos de árvores e até mergulhar numa piscina artificial em um espaço quase sete vezes maior daquele em que moram hoje. Os bichanos se mudarão de um “apartamento” de 63 metros quadrados em que vivem cada um para morar em uma “mansão” de 450.
As obras já estão em andamento e os dois recintos custarão juntos cerca de R$ 120 mil. Dessa forma, Tom, de 350 Kg, e Téta, de 200 Kg, terão mais comodidade e habitarão um espaço com características mais próximas aos do habitat natural. Os novos espaços são tratados pelos próprios técnicos do Zoo como uma vitória. Apesar do atual recinto estar dentro do que prega a legislação – 70 metros quadrados para abrigar até duas espécies dos chamados “grandes” felinos – a bióloga do Zoológico Nancy Banevicius afirma que é uma obrigação dar um espaço maior aos felinos.
“Temos a obrigação de fornecer a melhor qualidade de vida possível a eles”, diz. Segundo ela, o atual espaço, com cerca de 20 anos, nunca foi unanimidade entre os profissionais que atuam do Zoo. “O tratador dizia naquela época que o espaço não era próprio para os felinos”, conta Nancy. Ela torce para que os felinos se adaptem rapidamente ao novo lar. “A gente sempre busca resolver o que não está bom. E o espaço dos felinos sempre foi tratado por toda equipe como um local que precisava melhorar”, relata.
Demanda
Ela explica que a necessidade de uma área mais ampla aos bichanos também é uma demanda da sociedade. “Essa necessidade vai ao encontro também da nova visão sobre os zoológicos que não se limitam atualmente só ao caráter expositivo, mas principalmente em garantir o bem-estar animal e a sensibilização das pessoas em relação aos cuidados ambientais”, ressalta a bióloga.
Nancy afirma ainda que anos atrás não existia essa preocupação com o meio ambiente. “Era natural um felino grande habitar um recinto do tamanho que eles estão, mas os tempos mudaram e essa concepção também”, salienta.
Espaço
As onças-pintadas Angélica, Apolo, Ares e a arisca Maia também devem deixar os recintos de 63 metros quadrados em que moram cada uma delas. Já há um projeto para que cada uma se mude para um espaço de aproximadamente 200 metros. Os animais, que pesam uma média de 80 quilos, devem ganhar a nova casa a partir de 2016. Por enquanto, Nancy diz que há medidas paliativas. “Devem ser implantados mais passarelas e plataformas elevadas para que os animais possam circular em espaços diferentes”, relata.
Ao contrário da atual “casa” dos tigres, as onças não possuem tanque de água, característica que está prevista na legislação do Ibama. “Essa é outro ponto que pode ser feito até as onças terem o novo recinto”, comenta a bióloga.