Relembre o caso

• 2009

7 de maio – Morte dos jovens Gilmar Yared e Carlos Almeida e ferimentos em Carli Filho

29 de maio – Renúncia do cargo do ex-deputado Carli Filho

26 de agosto – Denúncia do Ministério Público contra Carli Filho por duplo homicídio doloso eventual

• 2010

10 de agosto – Carli Filho fala pela primeira vez em juízo e diz não se lembrar dos fatos

• 2011

17 de janeiro – 2ª Vara Criminal pronuncia Carli Filho e determina júri popular

7 de maio – Protesto na Boca Maldita, no Centro de Curitiba, lembra os dois anos do acidente

16 de junho – Tribunal de Justiça mantém decisão de júri popular

• 2012

18 de junho – Tribunal de Justiça nega novo recurso da defesa de Carli.

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O Tribunal de Justiça do Paraná (TJ-PR) negou recurso da defesa do ex-deputado estadual Luiz Fernando Ribas Carli Filho, que pedia que o caso fosse julgado como duplo homicídio culposo (quando não há intenção de matar). Com isso, a defesa evitaria que o ex-deputado fosse submetido a júri popular. Os advogados dele adiantaram que vão ingressar com um agravo, para que o recurso seja julgado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) e pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ).

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Carli Filho se envolveu em um acidente de trânsito, em 7 de maio de 2009, em Curitiba, que resultou na morte de Gilmar Rafael Souza Yared, 26 anos, e Carlos Murilo de Almeida, 20 anos.

Com a decisão, o desembargador Ivan Bortoleto dá prosseguimento à denúncia apresentada ao TJ-PR pelo Ministério Público do Paraná (MP-PR), que havia denunciado o ex-deputado por duplo homicídio com dolo eventual(quando não há intenção de matar, mas que o agente assume o risco pelos atos). Com esta qualificação, Carli Filho pode ir a júri popular.

O advogado Gustavo Scandelari, que integra a defesa do ex-deputado, informou, na tarde desta quinta-feira (21), que vai entrar com um pedido de agravo, com o objetivo de que os recursos sejam analisados pelo STJ e pelo STF. "Já havíamos entrado com recursos junto a esses tribunais de Brasília", disse Scandelari.

A defesa argumenta que o caso deve ser tratado como um acidente de trânsito. "Ele [Carli Filho] não poderia prever que o veículo conduzido pelos dois jovens iria invadir sua preferencial, no momento que ele estava trafegando. O imprevisível não pode ser colocado como uma questão lógica", disse o advogado.

De acordo com a denúncia oferecida à Justiça pelo MP-PR, Carli Filho estava alcoolizado e trafegava em alta velocidade. Um laudo do Instituto de Criminalística apontou que o carro dirigido pelo ex-deputado estava entre 161 e 173 quilômetros por hora no momento da colisão com o automóvel em que estavam as vítimas. Yared e Almeida morreram no local do acidente.

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Ao longo da tramitação do processo, os desembargadores desconsideraram o estado de embriaguez do ex-deputado como qualificadora do crime. Mesmo assim, em caso de condenação, a pena pode variar entre 9 e 30 anos de prisão.

Júri

O advogado da família Yared, Elias Mattar Assad, avalia que o caso seja levado a júri popular ainda neste ano ou até o fim do primeiro semestre de 2013. "Os eventuais recursos que a defesa entrar não poderão ser suspensivos. Por isso, [o caso] deve ir a julgamento logo", disse. Assad também comemorou o fato de o TJ-PR não ter aceitado o enquadramento do caso como homicídio culposo. "Os desembargadores mantiveram o dolo e também irão considerar que o ex-deputado dirigia em alta velocidade e reconheceu que tinha ingerido bebida alcoólica", afirmou.

A defesa do ex-deputado, no entanto, acredita que ainda não seja possível prever uma data para o julgamento. Além do agravo que os advogados de Carli Filho pretendem impetrar, há recursos da própria acusação que ainda não foram julgados. "Como pode ser marcado o júri, se ainda há recursos dos próprios advogados das vítimas?", questionou Scandelari.

Família

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Após o acidente, o ex-deputado renunciou ao cargo e passou a morar em Guarapuava, na Região Central do estado, onde cuida dos negócios da família. A mãe de Gilmar, Christiane Yared, montou em junho de 2010 o Instituto Paz no Trânsito, que presta assessoria em autoescolas e ministra palestras em escolas e empresas. "O instituto é uma ferramenta para ajudar a sociedade e temos colhido vitórias: são frutos da dor que sofremos", diz Christiane.