Apesar de feitas para não serem violadas, as tornozeleiras eletrônicas destinadas a monitorar detentos do regime semiaberto já haviam sido encontradas abandonadas em ruas e residências pela Brigada Militar (BM) de Canoas, na Região Metropolitana de Porto Alegre. Mas na noite de quarta-feira (13), a ousadia de um preso motivou uma situação inusitada: quem vestia sua tornozeleira era um galo.
Durante uma abordagem em uma casa investigada como ponto de vendas de drogas no bairro Guajuviras, em Canoas, pouco antes das 23h, a BM prendeu um homem de 28 anos por tráfico de drogas e posse ilegal de arma de fogo. Ao consultar o nome dele no sistema, a polícia soube que ele cumpria pena no regime semiaberto, e ainda deveria estar usando uma tornozeleira eletrônica.
A BM realizou buscas na residência para encontrar o equipamento e o achou em um lugar pouco comum: o galinheiro. O homem teria tirado o aparelho de seu tornozelo e o colocado no pescoço de um galo. A tornozeleira foi retirada do animal e levada à delegacia.
Na residência do detido, também foram apreendidas 36 gramas de cocaína, 56 gramas de maconha e uma balança de precisão. Segundo a BM, no município, esta é a primeira vez que uma tornozeleira foi encontrada em um animal.
A tornozeleira
É composta de uma cinta com um cabo de fibra de aço e fibra ótica, e uma caixa à prova d'água onde estão os dispositivos de rastreamento e comunicação.
Há um número de identificação que fica na parte de trás da caixa e é usado pela Susepe para o cadastro do apenado do semiaberto que tem o benefício de usar o equipamento.
Por mês, o equipamento custa R$ 400 aos cofres públicos, com manutenção inclusa.
Há uma bateria que dura cerca de 30 horas, um GPS, um sensor de luz e ar, dois chips de operadoras de celular, um dispositivo anti-impacto.
Do lado de fora, uma luz comunica o status da bateria. Quando alterna entre verde e vermelho está descarregando.
O equipamento é carregado na tomada, como um celular.