O Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT) negou, nesta quinta-feira (19), o pedido de habeas corpus para libertar Adriana Villela, suspeita de envolvimento na morte do próprio pai, o ex-ministro do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) José Guilherme Villela. A negativa foi dada pelo relator do processo, desembargador Romão Cícero.

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Adriana está presa desde segunda-feira, acusada de obstruir as investigações sobre a morte dos pais. O G1 tentou contato com os advogados de Adriana, mas não conseguiu retorno. No pedido, os advogados alegaram que "a prisão foi ancorada em indícios frágeis".

O desembargador recebeu o pedido nesta quarta (18). Em sua decisão, ele alegou que "a prova inquisitorial até agora carreada para exame em sede de habeas corpus está a demonstrar que Adriana Villela, por amor, paixão, ressentimento ou qualquer outra razão que tenha afetado seu espírito, não revelou tudo o que sabe a respeito dos crimes em apuração. Neste quadro, não se pode afirmar que a decisão que decretou sua prisão temporária seja manifestamente ilegal ou teratológica".

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O inquérito que investiga o envolvimento de Adriana Villela e os outros quatro suspeitos de atrapalhar as investigações da morte do ex-ministro do TSE está em segredo de Justiça. Além de Villela, também foram encontrados mortos junto com ele a mulher dele, Maria Carvalho, e da empregada do casal Francisca Nascimento da Silva.

Agora, o habeas corpus passará por um parecer do Ministério Público. Em seguida, o colegiado do TJ do DF irá julgar o mérito, que está previsto para a próxima quinta-feira (26).

O caso

O ex-ministro foi encontrado morto com a esposa e a empregada doméstica no dia 31 de agosto de 2009. O caso ficou conhecido como o "o crime da 113 Sul", em referência ao endereço em que o ex-ministro morava, uma área nobre de Brasília. No início das investigações, a polícia chegou a afirmar que o suspeito do crime era "conhecido e ligado à família".

Os corpos foram encontrados em estado de decomposição. Uma neta do casal afirmou à polícia que os avós não teriam aparecido na sexta-feira anterior à descoberta dos corpos ao escritório de advocacia que Villela mantinha em Brasília. A neta encontrou os corpos após chamar um chaveiro para abrir a porta do apartamento.

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Mineiro da cidade de Manhuaçu, Villela tinha 73 anos. Chegou a Brasília nos anos 60. Atuou como procurador do Tribunal de Contas do Distrito Federal e, na década de 80, como ministro do TSE. Como advogado, atuou no caso Collor em 1992 e, mais recentemente, no processo do mensalão.