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Érico só come carne em ocasiões especiais: “No aniversário da minha mãe, não resisti” | Marcelo Elias/Gazeta do Povo
Érico só come carne em ocasiões especiais: “No aniversário da minha mãe, não resisti”| Foto: Marcelo Elias/Gazeta do Povo

Será que a moda pega por aqui?

O Brasil está entre os países que mais produzem e consomem car­­­­ne no mundo. Temos o maior re­­­­ba­­nho bovino comercial e so­­mos o maior exportador de carne em to­­­neladas. Segundo dados do Serviço de Informação da Carne (SIC), o país registra um consumo per capita de 40 quilos de carne bovina por ano, contra 30 quilos de carne de frango e 12 quilos de carne suína.

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Ganhos

Cortar a carne do prato na garante ganhos só para o meio ambiente. Ajuda também a saúde e no combate à fome mundial. Veja:

Meio ambiente

- Florestas inteiras são devastadas para dar lugar a pastos. Além disso, a emissão de gás metano, expelido pelos animais, é uma das principais causas da destruição da camada de ozônio.

Direitos dos animais

- A diminuição do consumo de carne pode contribuir para tornar o abate destes animais menos cruel e mais humanizado, como o que ocorre com a produção de carne orgânica. A maioria dos abatedouros clandestinos matam o gado a pauladas.

Falta de alimento

- Se os grãos destinados à produção de ração para animais de corte fossem usados diretamente na alimentação humana, haveria comida suficiente para toda a população mundial.

Saúde

- Comer menos carne diminui os riscos de desenvolver doenças cardiovasculares, sofrer de câncer e enfrentar problemas como obesidade, hipertensão e diabete.

Um dia por semana sem comer carne pode ajudar a combater o aquecimento global. É o que afirmam os engajados na campanha Meatless Monday ("Segunda sem Carne"), movimento que surgiu nos Estados Unidos em 2003, com o objetivo de incentivar as pessoas a consumir menos carne.

Segundo um estudo da Orga­nização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), as emissões de gases de efeito-estufa – como o dióxido de carbono, o metano e o óxido de nitrato –associadas à cadeia de produção da carne representam um quinto das emissões totais mundiais. Cerca de 18% das emissões provêm do desmatamento para a criação de pastagens, do transporte da carne, do processamento industrial do alimento e do sistema digestivo dos bovinos. "Calcula-se que o gado emita 80 milhões de toneladas de gás metano (por gases e fezes) por ano. Este gás, por sua vez, tem potencial térmico 21 vezes maior do que o gás carbônico", explica o professor do Mes­trado de Gestão Ambiental da Uni­versidade Positivo Maurício Dziedzic.

O impacto de uma ação como essa parece insignificante, mas, se todos os habitantes dos países ricos adotassem a medida, a diferença seria bastante significativa. De acordo com o escritor norte-americano Michael Pollan, autor de O Dilema do Onívoro, a adoção de uma dieta vegetariana durante um dia da semana por toda a população dos Estados Unidos seria o equivalente a tirar 20 milhões de carros da estrada.

Ação global

O movimento Meatless Monday ganhou adeptos em vários países. Na Inglaterra, o ex-beatle Paul McCartney conseguiu chamar a atenção da mídia ao lançar, em 2008, uma cria da campanha americana: o Meat Free Monday. A filha do cantor, a estilista Stella McCartney, o músico Moby, a atriz Kate Bosworth e a artista plástica Yoko Ono, entre outras celebridades, aderiram ao movimento.

A Câmara de Vereadores da cidade de Ghent, na Bélgica, instituiu que restaurantes, escolas e hospitais ofereçam opções de refeições sem carne na terça-feira. O Dia Vegetariano também ganhou força em Israel.

No Brasil, a Segunda sem Carne deverá ser lançada oficialmente no dia 3 de outubro, no Parque Ibirapuera, em São Paulo. A versão brasileira da campanha é uma iniciativa da Sociedade Brasileira Vegetariana (SBV) em parceria com a Secretaria Municipal do Verde e do Meio Ambiente de São Paulo e já conta com o apoio do Slow Food São Paulo, do Instituto Nina Rosa e do Greenpeace.

Em Curitiba, a SBV tenta, aos poucos, conscientizar a população sobre os benefícios da dieta vegetariana. A última ação do grupo aconteceu durante os meses de junho e julho em um shopping da cidade. Vinhetas eletrônicas exibidas na praça de alimentação e nos corredores tinham o objetivo de convencer as pessoas a optar por uma refeição sem carne, que hoje em dia pode ser encontrada em quase todo restaurante. "Só o fato de diminuir o consumo já faz uma grande diferença. Muitos problemas ambientais são causados por hábitos que cultivamos. A alimentação não está isolada do mundo e da sociedade", lembra Ricardo Laurino, coordenador do grupo em Curitiba.

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Interatividade

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As cartas selecionadas serão publicadas na Coluna do Leitor.

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