Pouco mais de dois anos após dentistas serem queimados vivos durante assaltos aos seus consultórios, a violência contra esses profissionais continua sendo algo comum. Pesquisa inédita do Conselho Regional de Odontologia de São Paulo (Crosp) mostra que um em cada quatro dentistas do estado foi furtado ou roubado nos últimos cinco anos em seu ambiente de trabalho.
Levantamento feito pela entidade com cerca de mil profissionais de São Paulo mostra que o furto é o crime mais cometido. Do total de entrevistados, 19,2% já foram vítimas desse delito. Outros 8,7% foram roubados. A pesquisa revela que 13,1% sofreram assédio e 6,8%, agressão. “A percepção é de que, para os criminosos, os dentistas são alvos mais vulneráveis porque trabalham em ambiente fechado, o que dificultaria um pedido de socorro”, diz Claudio Miyake, presidente do Crosp.
A pesquisa mostra que só 31% das vítimas de furto procuraram a polícia. No caso dos roubos, o índice é de 78%. Após ter sido roubada e furtada três vezes, a dentista Cleide Cardoso, de 57 anos, passou a ser mais criteriosa ao escolher pacientes. “Meu consultório não tem placa, só atendo com horário marcado e não agendo pacientes sem indicação de conhecido.”
Em abril de 2013, a dentista Cinthya Magaly Moutinho, de 47 anos, foi morta em seu consultório, em São Bernardo do Campo, no ABC paulista, durante um assalto. Os ladrões atearam fogo na vítima. Um mês depois, a tragédia se repetiu no consultório de Alexandre Peçanha Gaddy, de 41 anos, em São José dos Campos, no interior paulista.
A Secretaria da Segurança informou que a polícia prendeu os assassinos de Cíntia e Gaddy e está à disposição do Crosp para dialogar sobre como aprimorar a segurança da classe.
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