Nesta quinta-feira (13), o desaparecimento do engenheiro civil Renato Moreira Brandão, de 54 anos, completa um mês. Mesmo com o passar do tempo, o caso ainda é considerado um mistério pela polícia. A única prova concreta é a bicicleta de Brandão, que foi encontrada há 20 dias na Estrada da Graciosa, no município de Antonina, no Litoral. Neste período, familiares não receberam nenhuma informação que ajudasse a localizar o paradeiro do engenheiro civil. "Cada dia que passa é pior, porque a gente já correu por tudo que é lugar e fez de tudo. Então, a família continua desesperada, sem saber o que fazer", disse a mulher do desaparecido, Mirian Isabel Weiss Brandão.

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Segundo o delegado responsável pelo caso, Marcelo Lemos de Oliveira, da Delegacia de Vigilâncias e Capturas (DVC), ao longo da semana passada a polícia manteve equipes em buscas constantes nos municípios de Antonina e Morretes, no Litoral. "A nossa linha é nos concentrarmos agora no local próximo onde a bicicleta foi encontrada, porque é o que temos de mais concreto", explicou.

Na sexta-feira (14), policiais civis, bombeiros do Grupo de Operação de Salvamento Tático (Gost) e montanhistas voluntários vão fazer incursões na mata fechada, às margens da Estrada da Graciosa, na expectativa de encontrar Brandão. Segundo o delegado, o local é de difícil acesso e permeado de trilhas. "Pode ser que ele tenha entrado ali e se perdido", supõe.

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A bicicleta do engenheiro foi encontrada por funcionários do Departamento de Estradas e Rodagem (DER), que trabalhavam em obras na via, no dia 23 de setembro. Ela estava encostada em uma árvore às margens da estrada, intacta, exceto pela correia, que estava arrebentada. Até mesmo uma bolsa com ferramentas e pequenas peças de manutenção permanecia afixada no quadro da bicicleta.

Ao longo dos últimos 30 dias, policiais já distribuíram cartazes com a foto de Brandão. Amigos e familiares do engenheiro fizeram atos no Batel e no Centro de Curitiba para não deixar que o caso seja esquecido. A polícia também tentou usar um cão farejador para rastrear o desaparecido. "Neste tipo caso, nós não descartamos nada. Todas as informações são checadas. Mas, por enquanto, permanece o mistério", disse o delegado.

Família tenta retomar vida normal

A mulher de Brandão disse que nas duas últimas semanas a família tem tentado retomar a vida normalmente. A filha do casal – uma adolescente de 14 anos – voltou a frequentar a escola e tem tirado boas notas. Miriam Brandão, que trabalha no setor administrativo de uma cooperativa, também voltou ao trabalho. Apesar da tentativa de seguir adiante, a família tem sentido a ausência do engenheiro.

"A gente voltou [à vida normal] porque não tem outro jeito. Eu voltei a trabalhar há duas semanas. Mas eu vou para o trabalho quase em piloto-automático. Toda noite tem algum parente ou amigo em casa, para que a gente não fique sozinha", contou Mirian.

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De acordo com a mulher do engenheiro, a preocupação dos familiares aumenta cada vez que chove ou que o tempo esfria. "Não sabemos se ele está passando fome ou frio. Nem se ele teve stress muito elevado e se perdeu", disse.

Caso

Renato Moreira Brandão desapareceu na manhã de 13 de setembro, depois de ter saído da casa da família, na Rua Colombo, no bairro Ahú, em Curitiba. O engenheiro é autônomo e trabalhava em casa. A família registrou o boletim de ocorrência do desaparecimento do engenheiro e já percorreu hospitais, Instituto Médico Legal (IML), Fundação de Ação Social (FAS) e parques, além de ter entrado em contato com rádio-táxis e meios de comunicação e distribuir panfletos pelo bairro.

Serviço

Informações sobre o engenheiro podem ser repassadas à Delegacia de Vigilância e Capturas pelo telefone (41) 3219-9700.

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