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São José dos Pinhais

Um ônibus é assaltado a cada dois dias na cidade

Os ônibus de São José dos Pinhais, cidade da região metropolitana de Curitiba, são assaltados uma vez a cada dois dias em média neste ano até esta sexta-feira (26), de acordo com dados das empresas responsáveis pelos coletivos. Uma das empresas autorizou seus motoristas a ignorar paradas quando existe a suspeita de que o suposto passageiro é um bandido.

A ousadia dos bandidos parece crescer com o passar do tempo. Em um assalto ocorrido no último sábado (20) na linha São José dos Pinhais-Lagoinha, localidade de Tijucas do Sul, três bandidos armados roubaram o cobrador, motorista e todos os cerca de 40 passageiros. "Agradecemos pela preferência, tenham uma boa viagem", disse um dos bandidos pouco antes de desembarcar do ônibus, de acordo com uma das vítimas.

Um menino de 9 anos esteve ao lado dos bandidos no momento em que o trio anunciou o crime. O garoto está até hoje assustado, dizendo a todo momento temer ser novamente assaltado, segundo disse a mãe da criança, que pediu anonimato e esteve com ele durante o roubo.

Os suspeitos desse assalto se encaixam com o perfil descrito na maioria das ocorrências: um a três homens, armados e jovens - alguns deles, aparentando ser adolescentes (Veja no quadro ao lado os tipos de assaltos).

Prejuízos de R$ 12 mil

Somadas estimativas das três empresas responsáveis pelo transporte coletivo em São José dos Pinhais, São José, Campo Alto e Sanjotur, o prejuízo só neste ano com assaltos chega a R$ 12 mil. "Isso sem contar os prejuízos com acompanhamento psicológico e os funcionários que pedem afastamento", assinala o inspetor de tráfego da maior empresa entre as três, a Auto Viação São José, Roberto Fonseca Ozório.

Segundo representantes das empresas consultados pela reportagem, todos os crimes são reportados para à Polícia Militar. "Eles nos atendem bem, mas é evidente que são poucos policiais para cuidar de toda a região", relatou Zelmo Zen, um dos sócios da empresa Campo Alto. Os policiais teriam aconselhado as empresas a usar mais os cofres, deixando pouco dinheiro na gaveta dos cobradores. A assessoria de imprensa da Polícia Militar foi contatada no final desta tarde, mas não deu retorno sobre questões relativas ao policiamento preventivo da cidade.

O delegado Eduardo Marcelo Castella, da delegacia da cidade, disse que está investigando os casos e que ainda não é possível dizer se é uma grande quadrilha especializada em assaltos a ônibus ou ladrões casuais. Ele diz estimar que a quantidade de assaltos está dentro da média de Curitiba em termos proporcionais.

Motoristas ignoram suspeitos

A Sanjotur adotou uma medida mais radical para tentar evitar os assaltos. Segundo o encarregado da empresa, Claudinei Alves Pereira, os motoristas estão autorizados a não parar ao perceber que no ponto está uma pessoa que eles considerem "suspeita". "É para passar só quando tive certeza que é bandido, que vai ter assalto", afirmou Pereira. Segundo ele, ninguém ligou para a empresa reclamando do ônibus ter passado reto. "Sinal que os motoristas tiveram bom critério".

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