A psicóloga Sandra Oliveira, mestre em Filosofia e professora do Núcleo de Atendimento à Pessoa Idosa (Napi) da Pontifícia Universidade Católica do Paraná, considera os idosos de hoje como "os novos adolescentes". Segundo ela, a expectativa de vida e a maneira de viver a vida mudaram. "Eles se aposentam e agem como na adolescência, só que de forma mais responsável, mas bastante aventureira", conta.
Traçar objetivos na terceira idade, fase cheia de perdas físicas e afetivas, é fundamental. "As pessoas que conseguem ter uma qualidade de vida bacana nessa idade vida são as que se adaptam. As viagens possibilitam conhecer pessoas e novos modos de vida e são ótimas oportunidades de exercitar a adaptação", diz. Apesar de tantas vantagens, nem sempre os familiares vêem a independência dos vovôs e vovós como uma boa idéia. "Pode ser arriscado ir com estranhos a lugares distantes, mas não se pode impedir que o idoso viva", opina Sandra. As amigas Ana Marcelo de Oliveira, 65 anos, e Lyara Ferrante de Moraes, 61, viajam juntas há quase 10 anos. E, apesar de nunca terem recebido nenhum incentivo da família, nem pensam em parar. "Vamos passar o ano novo no Chile, onde faremos a rota dos vinhos", conta a enfermeira aposentada Ana. Para a terapeuta Lyara, que viaja desde os 33 anos, quanto antes se começa a descobrir novos lugares, melhor. "Acho errado as pessoas esperarem se aposentar e criar os filhos para viajar. É justamente aí que começam as artroses da vida e a falta de motivação", diz.
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