O campus Curitiba II da Universidade Estadual do Paraná (Unespar) suspendeu o funcionamento de todas suas atividades acadêmicas na última quarta-feira (9). Em nota, a antiga Faculdade de Artes do Paraná (FAP) alega atrasos em repasses feitos pela Secretaria de Estado da Fazenda (Sefa). A pasta nega o atraso.
Duas empresas terceirizadas que atuam no campus estariam sem receber, por falta de verba. A Tecnolimp, que presta serviços de limpeza e portaria, e a HLP Comunicação e Cultura, responsável pelos técnicos de informática, cinema, e som e luz do Teatro Laboratorio da FAP (Telab).
O atraso teria levado à interrupção dos serviços que, por sua vez, são “essenciais e sua paralisação inviabiliza completamente o funcionamento das atividades acadêmicas”, diz a nota, assinada pelo Conselho do campus Curitiba II.
Responsável pela administração das sete universidades estaduais paranaenses, a Secretaria da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (Seti) confirmou, via assessoria, que as instituições enfrentam dificuldades financeiras. A Seti diz estar “empenhada para resolver essa situação o mais rápido possível”. O secretário João Carlos Gomes, da Ciência e Tencologia, reuniu-se com Mauro Ricardo Costa, da Fazenda, em conjunto com os reitores Carlos Aleixo, da Unespar, e Aldo Bona, da Associação Paranaense das Instituições de Ensino Superior Público (Apiesp).
A nota da Unespar alega que “os repasses de custeio da Sefa já vêm sendo atrasados e contingenciados durante o ano de 2015”. O coordenador de Orçamento da Sefa, João Giona, nega que isso tenha ocorrido. “Não houve atraso. Todos os órgãos estaduais tiveram um contingenciamento de recursos para custeio no início do exercício (...) Todos os órgãos deveriam se administrar dentro desta disponibilidade. Isso é o ajuste fiscal. Infelizmente alguns não conseguiram”, argumenta Giona.
Recentemente, a antiga FAP teve um aporte extraordinário de cerca de R$ 400 mil, segundo o coordenador. Além da Unespar, a Universidade Estadual do Norte do Paraná (Uenp) e a Universidade Estadual do Centro-Oeste (Unicentro) conseguiram a liberação de recursos de emergência, em torno de R$ 250 mil e R$ 300 mil, respectivamente.
A reportagem procurou a direção do campus Curitiba II da Unespar para comentar os argumentos da Sefa, mas não houve resposta até as 20h30 desta sexta-feira (11).