A Unidade de Pronto Atendimento (UPA) 2, em Cascavel, no Oeste do Paraná, foi reaberta para atendimento ao público no início da tarde desta sexta-feira (10), às 13 horas. Interditado desde a quinta-feira (9), por volta das 18 horas, o local foi devidamente higienizado e esterilizado com produtos químicos. A unidade recebeu o primeiro caso de suspeita de infecção por ebola identificado no Brasil: o guienano Souleymane Bah, de 47 anos. As roupas utilizadas pelas pessoas que entraram em contato com o paciente foram trocadas e também serão esterilizadas em uma lavanderia especializada antes de serem devolvidas.
Apesar do atendimento na unidade ter sido normalizado, havia apenas oito pessoas esperando para serem atendidas no local por volta das 15h30. "O pessoal está com receio de vir para cá. Estão preferindo ir para outra unidade", disse a supervisora do Consamu de Cascavel, Jéssica Vielinski. De acordo com ela, não há perigo de contaminação, pois os prédios da UPA e do SAMU já foram desinfectados com água e sabão e com ácido peracético. A ambulância que que fez o transporte do paciente até o aeroporto também já foi desinfectada.
Desde a quinta-feira, as pessoas que entraram em contato com Bah na UPA permaneceram isoladas na unidade. Inicialmente, o grupo foi classificado como de risco médio, mas depois, como de risco baixo. Elas foram liberadas ao longo da manhã e, no momento da reabertura da unidade, o processo já havia sido concluído.
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Os resultados dos exames de Bah, que serão realizados pelo laboratório do Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas, em Belém, no Pará, devem sair em 24 horas. Até lá, as pessoas que tiveram contato com Bah serão monitoradas diariamente. Se a suspeita de ebola for descartada, o monitoramento será suspenso; se for confirmada, será mantido durante o período de incubação do vírus, de 21 dias.
Suspeito de contágio deu endereço falso
Agora, a preocupação é localizar as pessoas que entraram em contato com Bah durante o período de incubação, antes de ele dar entrada na UPA. Durante o atendimento, o paciente informou um endereço residencial no qual vivem dois casais de imigrantes haitianos. De acordo com o prefeito Edgar Bueno (PDT), equipes da Secretaria de Saúde foram ao local e constataram que o guineano não mora lá.
O fato leva a uma divergência de dados. Na unidade, Souleymane Bah, como foi identificado o homem, teve contato direto com apenas três funcionários. Já fora da UPA, as pessoas mais próximas do paciente seriam os dois casais que morariam na mesma casa que ele.
Até o momento, segundo a administração municipal de Cascavel, as pessoas que entram na lista dos contatos com o guineano na unidade de saúde são 30 funcionários, 24 pacientes e 14 acompanhantes - o que soma 68 pessoas.
O Ministério da Saúde não confirma o fato do endereço falso. Sendo assim, todas as 68 pessoas contabilizadas pelo órgão federal são considerados suspeitos de baixo risco. Elas serão acompanhadas diariamente por equipes de saúde pelos próximos 21 dias período máximo de incubação do vírus ebola.
Ainda não há informações precisas sobre onde o paciente reside e se trabalha. Também não se sabe quando ele chegou a Cascavel, mas na UPA 2, no bairro Brasília, Bah chegou por volta das 18 horas de quinta-feira.
Segundo Bueno, Bah entrou no Brasil pela Argentina e pediu refúgio à PF (Polícia Federal) em Dionísio Cerqueira, município catarinense próximo à fronteira argentina e a cerca de 190 km de Cascavel. A data do pedido é 23 de setembro. Sabe-se ainda que ele pediu uma carteira de trabalho na cidade paranaense no dia seguinte.
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