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Sindicância traz suspeita de desvio de verba na Urbs

Indícios de desvio de verbas na Urbs (Urbanização de Curitiba S.A.), empresa da prefeitura que gerencia o transporte coletivo e o trânsito da capital, levaram à demissão do procurador-chefe do departamento jurídico da empresa, o advogado Sidney Martins, e ao afastamento do diretor administrativo-financeiro do órgão, Ricardo Smijtink. Uma auditoria está sendo feita na Urbs para saber a quantia que teria sido desviada e quais são exatamente os responsáveis.

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O presidente da Urbanização de Curitiba S.A. (Urbs), Paulo Schmidt, confirmou na segunda-feira (13) que a empresa, embora seja de economia mista, tem suas contas vinculadas à prefeitura de Curitiba e faz pagamentos usando o nome da administração municipal para fugir de possíveis "penhoras" da Justiça e dos credores.

Na segunda, o jornal Gazeta do Povo publicou reportagem com declarações de Sidney Martins, ex-procurador-jurídico da Urbs, demitido por suspeita de desvio de dinheiro. Ele denunciou que havia ordens para que verbas de ações trabalhistas e indenizações não passassem pelo caixa da Urbs (conteúdo exclusivo para assinantes).

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O objetivo dessa medida seria "esconder" o dinheiro da empresa justamente para evitar que credores tentassem reter o dinheiro de indenizações. Martins afirmou que agia dessa forma por determinação do diretor-administrativo financeiro afastado, Ricardo Smijtink. Ele teria pedido o afastamento até que termine a auditoria interna que está ocorrendo na companhia.

"O caixa da Urbs está vinculado à prefeitura para a Justiça não reter verbas de possíveis ações. Caso a Urbs tivesse dinheiro retido devido a processos, o sistema (de transporte) poderia parar por falta de verba. E isso não pode ocorrer", justificou Schmidt.

Nos últimos dez anos, a Urbs foi alvo de aproximadamente 1.500 ações trabalhistas. A empresa também responde a processos de indenização de outros tipos – alguns deles envolvendo milhões de reais.

Segundo o presidente da empresa, a Urbs perdeu, por exemplo, uma ação devido à desapropriação da Rua XV de Novembro, no valor de R$ 4 milhões. "Mas houve um acordo e pagaremos R$ 2,6 milhões, parte saída do patrimônio da empresa e em algumas parcelas."

Atualmente, de acordo com Schmidt, a Urbs tem um orçamento de cerca de R$ 700 milhões por ano. Algo em torno de R$ 610 milhões são para pagar empresas operadoras de transporte, R$ 35 milhões são para intervenções de trânsito e aproximadamente R$ 30 milhões são para outros gastos da Urbs.

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Para tentar acabar com a prática de as verbas não passarem pelo caixa da empresa, Schmidt disse que a Urbs está estudando alternativas, como fazer certas transferências de forma automática.

A prática da Urbs de "esconder" o dinheiro para não sofrer um processo de penhora judicial veio à tona juntamente com a denúncia de que havia desvio de parte do dinheiro depositado judicialmente pela Urbs – e que, em alguns casos, deveria voltar ao caixa da empresa após concluído o processo.

Leia a reportagem completa no site da versão impressa do jornal Gazeta do Povo (conteúdo exclusivo para assinantes)