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TRANSPORTE COLETIVO

Urbs não vê chance de tarifa ficar em R$ 3,15 em Curitiba

Quem paga com cartão deve perder a vantagem dos 15 centavos. | Daniel Castellano/Gazeta do Povo
Quem paga com cartão deve perder a vantagem dos 15 centavos. (Foto: Daniel Castellano/Gazeta do Povo)

O presidente da Urbs, Roberto Gregório, descartou a possibilidade de a tarifa dos ônibus de Curitiba custar R$ 3,15 a partir do próximo dia 6 de junho – data em que o desconto para quem paga com cartão deixará de ser aplicado. A decisão pelo fim da tarifa diferenciada foi tomada após acordo firmado entre a Urbs e o Ministério Público do Paraná. Para Gregório, “tecnicamente” a tarifa do usuário deveria ser fixada pelo prefeito Gustavo Fruet em R$ 3,30.

A decisão em torno do valor da nova tarifa ainda depende da definição de quanto será a nova tarifa técnica. Isso deveria ter ocorrido em 26 de fevereiro, mas as negociações se arrastaram mais do que o esperado por causa da separação financeira da Rede Integrada de Transportes (RIT). Desde fevereiro, a Coordenação da Região Metropolitana de Curitiba (Comec) passou a gerenciar as linhas metropolitanas em substituição a Urbs, que até então fazia o serviço.

Até janeiro deste ano, os empresários recebiam R$ 3,18 por passageiro transportado na RIT. Esse valor era uma média ponderada obtida a partir da tarifa técnica metropolitana (R$ 4,07) e urbana (R$ 2,93).

Desde que a Comec assumiu a gestão das linhas metropolitanas e prometeu diminuir pela metade o subsídio que o governo do estado repassava ao sistema, as viações responsáveis pelas linhas urbanas passaram a receber R$ 2,93 por passageiro da capital – mesmo com a tarifa do usuário subindo para R$ 3,30. A diferença será utilizada para quitar o desembolso retroativo a fevereiro após a definição da nova tarifa técnica.

Levando em consideração apenas a média de reajuste da tarifa técnica da RIT dos últimos anos (8%) , a tarifa técnica urbana subiria para R$ 3,19. Mas se engana quem pensa que o custo do transporte por aqui finalmente vai se equiparar ao que paga o usuário. Gregório diz trabalhar com um novo cenário diante da desintegração financeira do sistema e aponta que alterações feitas pela Comec sobrecarregaram o sistema da capital (leia entrevista ao lado).

Há também as demandas judiciais que estão sendo negociadas sob a tutela do Ministério Público do Paraná e podem sobrecarregar essa nova tarifa. Gregório cita, por exemplo, a possibilidade de a prefeitura ter de tirar do cálculo do custo do transporte o desconto dos bens de uso exclusivo. Trata-se da frota que os empresários colocaram nas ruas a partir da licitação de 2009. Mas que o Executivo municipal não entende como investimento e sim como parte do pagamento da outorga. As empresas pedem na Justiça a retirada do item da tarifa e indenização pelos valores já descontados. O MP-PR deu parecer favorável às viações.

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