A Universidade de São Paulo (USP) abriu uma Comissão Sindicante para apurar as denúncias reveladas no domingo, 16, pelo jornal O Estado de S.Paulo de que a Fundação de Apoio à USP (Fusp) contratou empresas de professores em projetos com parcerias com órgãos públicos. A reitoria também convocou o Conselho Curador da Fundação para uma reunião extraordinária para “determinar as providências cabíveis no âmbito da Fusp”.

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O próprio diretor da Fusp, José Roberto Cardoso, foi beneficiado com um contrato de R$ 546 mil com uma empresa ligada a seus familiares. O contrato faz parte de projeto de R$ 12 milhões firmado sem licitação entre a fundação e a Prefeitura de São José dos Campos para os estudos do sistema de corredores de ônibus na cidade, o chamado BRT.

Após ser questionado pela reportagem na semana passada, a USP informou que o Cardoso pediu afastamento - Fusp e Cardoso não responderam as perguntas da reportagem. Segundo nota da reitoria, o professor se afastou para “oferecer plena liberdade de apuração dos fatos”.

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Professores da USP, alguns deles de coordenadores de projetos da Fusp, também conseguiram contratos por empresas em seu nome ou de familiares, conforme revelou a reportagem. Uma empresa em nome de duas secretárias da fundação aparece entre as beneficiadas.

Em nota, a reitoria defendeu seu “compromisso com a ética e transparência”. “A Reitoria da USP, tendo em vista seu compromisso com a ética e a transparência em todos os seus atos, decidiu constituir uma Comissão Sindicante para apurar os fatos mencionados na reportagem publicada no jornal O Estado de S. Paulo, no dia 16 de agosto”, informou em nota.

A reunião do Conselho Curador da Fusp, que tem o próprio reitor, Marco Antonio Zago, como presidente, foi convocada para quarta-feira, dia 19 de agosto. A reportagem pediu novamente entrevista com Zago, que preferiu não se manifestar sobre o caso.

O Código de Ética da USP condena o conflito entre os interesses pessoais dos servidores e os da universidade. O cargo de direção na fundação não é remunerado - a não ser por coordenação de projetos - e quem faz a indicação é o próprio reitor. Como presidente do conselho curador da Fusp, o reitor é responsável “pela aprovação e acompanhamento das atividades” da fundação.

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