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Educação

Velhos e improvisados, veículos põem alunos em risco

No pequeno município de Altamira do Paraná, na região Centro-Oeste do estado, a falta de recursos está fazendo com que as crianças corram riscos todos os dias na hora de ir para escola ou voltar para casa. Elas são transportadas em uma caminhonete D-10 fabricada em 1973, movida a diesel. O veículo foi coberto com uma lona e bancos improvisados foram instalados.

A estudante Luana Jesus Almeida, 7 anos, viaja por 20 minutos na carroceria da caminhonete para chegar à escola, no centro da cidade. "É o único jeito de vir para a escola", diz. Marta Alves, que constuma pegar carona para chegar ao centro da cidade, conta que em alguns trechos o perigo aumenta por causa dos penhascos. Segundo ela, a caminhonete balança muito e a poeira é insuportável. "Mas é o único carro que anda nessas estradas horríveis", afirma.

O motorista Nilson de França, ex-secretário de Transporte do município, viaja cerca de 60 quilômetros diariamente carregando crianças. "As barras de ferro da cobertura de lona da caminhonete são os únicos cintos de segurança", revela. Ele concorda que o transporte é perigoso e diz que tem de ter cuidados redobrados para dirigir o veículo.

Segundo o prefeito Ademar Klein (PSB), o repasse insuficiente de recursos por parte do governo estado inviabiliza a troca da frota. "O município tem um gasto anual de cerca de R$ 400 mil e recebe do governo estadual apenas R$ 80 mil", diz. Ele acredita que, para 2008, duas das três caminhonetes serão substituídas por ônibus. "Estamos tentando a doação de alguns ônibus via Receita Federal", comenta.

No município de Fênix, no Noroeste do estado, a prefeitura não encontrou alternativa a não ser investir recursos próprios na reforma e na aquisição de novos veículos para o transporte diário de cerca de 300 alunos. "O governo do estado repassa R$ 16 mil anual e os gastos oscilam entre R$ 40 e R$ 60 mil", diz o prefeito Mauro Marangoni (PMDB). Em 2005, os alunos eram transportados em veículos antigos, fabricados em 1973. "A prefeitura reformou dois ônibus e adquiriu outros três com recursos municipais. As sucatas foram leiloadas", lembra Marangoni.

Em Nova Tebas, na Região Central do estado, as picapes fabricadas em 1973 (sem trava nas portas e movidas a gás de cozinha) que até 2005 eram utilizadas foram substituídas por ônibus e microônibus após uma recomendação do Ministério Público do Paraná. Em Pitanga, dois veículos, um Corcel II e um Fusca, que eram utilizados no transporte de alunos, foram substituídos por uma Kombi e um microônibus.

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