Veranistas não têm medo de chuva
Para quem acredita que tempo fechado na praia é sinônimo de voltar para casa, os veranistas que estiveram no Litoral neste fim de semana provaram o contrário. Mesmo com a chuva fina, as praias não esvaziaram e o guarda-sol serviu de guarda-chuva para quem não quis ir tão cedo para casa. Em Caiobá e Praia de Leste, o movimento foi maior do que o esperado pelos próprios veranistas. "Não somos os únicos que gostam de praia com chuva", constata a dona de casa Sarita Magali Lopes, de Londrina, que jogava frescobol com a filha Paola, 15, em Praia de Leste. "Eu não ligo. Praia é bom de todo jeito", diz.
O tempo chuvoso do fim de semana não abalou a disposição dos veranistas, que permaneceram agitando as praias do Litoral, mas os comerciantes afirmam que sentiram no bolso os efeitos da falta de sol. O presidente da Associação de Hotéis, Pousadas, Restaurantes, Casas Noturnas, Prestadores de Serviço do Litoral Paranaense (Assindilitoral), José Carlos Chicarelli, conta que projetava para o fim de semana um público de cerca de um milhão de pessoas no Litoral, se não existisse a ameaça de tempo ruim. Mas com a chuva que ocorreu na última sexta-feira (8), alagando regiões de Matinhos e Pontal do Paraná, ele estima que o público chegou a 750 mil pessoas 25% a menos do que o esperado. "Muitos veranistas que iriam descer para a praia de última hora acabaram desistindo da viagem com medo da chuva. E outros que já estavam no Litoral acabaram indo embora mais cedo", diz Chicareli. Pelos seus cálculos, um milhão de veranistas gastariam no Litoral cerca de R$ 40 milhões por dia (média de R$ 40 por veranista). Com a redução de 25% no movimento, a perda seria de R$ 10 milhões ao dia. E o prejuízo total, somando sábado e domingo, seria de R$ 20 milhões.
Poderia ser pior
Para Sorahya de Morais, 30 anos, dona de um quiosque que fica de frente para a Praia Brava em Caiobá, o movimento durante o fim de semana não foi tão ruim. "Depois da chuva de sexta-feira, eu achei que o público ia cair muito. Mas não aconteceu. Foi só a chuva forte dar uma trégua, que o pessoal veio para a praia do mesmo jeito. Com tempo nublado ou chuva fraca", diz. Segundo ela, em seu estabelecimento, o fluxo de pessoas caiu 20% se comparado ao primeiro fim de semana de janeiro.
Dono de uma padaria em Guaratuba, Maurício Lense afirma ter tido um fluxo cerca de 25% menor em seu negócio. "É claro que, sem a chuva, o movimento teria sido muito forte. Assim mesmo, não posso reclamar muito deste fim de semana", diz Lense.
A previsão do Instituto Tecnológico Simepar é de que o sol só apareça com mais intensidade amanhã, apesar das nuvens. Na terça-feira, os termômetros podem finalmente voltar a registrar 30 ºC.
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