Único peixe que não deve ser consumido é a sardinha-xingó| Foto: Bianca Garmatter/Gazeta do Povo

O consumo de peixes e de outros frutos do mar originários da Baía de Paranaguá foi liberado depois de uma reunião entre entidades ambientais e de saúde nesta quinta-feira (6). Segundo informações da Defesa Civil, o único peixe que continua restrito para o consumo é a sardinha-xingó, espécie que foi encontrada morta na Baía de Paranaguá nos últimos dias.

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A liberação aconteceu, segundo o capitão Edson Oliveira, da Defesa Civil, porque o caso da mortandade dos peixes foi algo pontual, com um cardume, mesmo que ainda não se saiba o que motivou as mortes. "Já foram vistos outros cardumes na Baía, e não há registros de pessoas contaminadas pelo consumo de peixes", afirma ele.

O Ministério Público do Paraná (MP-PR) e o Ministério Público Federal (MPF) encaminharam nesta semana uma requisição para que a Polícia Federal (PF) investigue o caso. O promotor responsável, Sérgio Luiz Cordoni, do Centro de Apoio Operacional das Promotorias de Proteção do Meio Ambiente, diz que o órgão quer saber o motivo das informações contraditórias sobre as possíveis causas que levaram à morte dos peixes e da demora do laudo.

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"Que houve um crime ambiental, houve, seja por descarte dos peixes, intoxicação ou qualquer outro motivo", diz o promotor. Segundo Cordoni, a PF vai tentar ouvir o máximo de pessoas ainda nesta semana. "Todos os que derem declarações dizendo que acham algo, serão ouvidos, pra saber como chegou a essa informação. Em seguida, a PF vai apurar o resultado do laudo".

O laudo prévio sobre as causas da morte dos peixes deve sair na próxima segunda-feira (10). O resultado final das investigações está previsto para ser divulgado apenas na sexta-feira (14).

Hipóteses

De acordo com uma nota técnica, divulgada pelo Centro de Estudos do Mar (CEM-UFPR) na quarta-feira (5), 99% dos peixes encontrados mortos são da espécie Cetengraulis edentulus (Engraulidae), conhecida como sardinha-xingó.

Até o momento, a equipe está trabalhando com quatro hipóteses para o caso. A primeira é com relação à possibilidade de doença, porém, o grau de decomposição dos peixes coletados não permitiu análise mais detalhada. Outros estudos serão realizados com amostras vivas.

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Outra hipótese é de que toxinas de microalgas tenham causado a mortandade da sardinha-xingó. A análise preliminar da água feita pelo CEM encontrou microalgas de espécies bastante tóxicas. Análises adicionais serão feitas em Itajaí (SC) tanto em amostras de peixe quanto em outros organismos da região.

Também há a investigação quanto ao derramamento de amônia na Baía de Paranaguá, ou se algum navio pesqueiro descartou os peixes no local.

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Depois da mortandade de peixes, você está seguro para comer peixe da Baía de Paranaguá?

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