Com menos de duas semanas para começar a festa mais popular do país, quem pretende passar os dias na folia precisa se preparar. Muitos procuram aulas para aprender o famoso samba no pé, dançado em locais abertos, como a avenida, ou samba de gafieira, tradicional nos bailes. Todo esforço vale para não fazer feio na hora de cair na folia.
Segundo a professora Kelly Tortora, que dá aulas na escola de Dança de Salão Cido Arruda, a procura duplicou no mês de fevereiro, principalmente por causa do fim das férias. E são em especial as mulheres que buscam aprender o famoso samba no pé. "Quem mais procura são as mais jovens, entre os 17 e 25 anos, mas muitos casais também procuram aulas de gafieira", detalha.
A estudante Larissa Grecca, 18 anos, de Curitiba, representa bem o perfil de mulheres interessadas em aprender o ritmo. Há um mês ela frequenta aulas de dança em uma escola na capital paranaense e diz que seus companheiros, que estão mais avançados no samba, a ajudam na evolução dos passos. "Acho interessante as aulas particulares, mas prefiro as turmas, porque o entrosamento me ajuda na hora de aprender".
A jovem planeja começar a folia logo no dia 4 de março, em um bar de Curitiba, na companhia dos colegas da turma de dança. Mas no fim de semana estará no Litoral do Paraná para curtir o agito da Guaratubanda. "Sempre acompanhei a banda no carnaval, mas ficava tímida na hora de sambar. Agora vou aprender samba no pé para me soltar mais, porque sempre gostei do ritmo".
O professor de dança Alex Colin, coreógrafo da comissão de frente da Escola de Samba Leões da Mocidade, de Curitiba, explica que uma das melhores formas de aprender os passos são aulas focadas no carnaval. "O aprendizado não envolve apenas a dança, mas também a ambientação na folia. A questão é entrar no espírito do carnaval, no congraçamento das pessoas".
Ritmo simples, mas que exige atenção
Quem acha que o tempo está curto para aprender a sambar, pode ficar animado. Os passos da dança são fáceis de aprender. No caso do samba de gafieira, que envolve mais movimentos, a dança precisa ter ritmos coordenados, tanto do homem quanto da mulher. "Os passos da dupla são espelhados. Se a dama vai para a direita, o cavalheiro segue para o sentido oposto; se um vai com a perna para frente, o outro vai para trás", explica Colin.
Porém, a maior responsabilidade é do cavalheiro, que conduz a dança e precisa ser uma espécie de plataforma da dama. "A função dos dois é de estarem conectados, um com a malandragem (homem) e outro com o charme (mulher). Mas o homem tem que dar segurança e suporte para a ela", comenta o professor.
Já o samba no pé exige mais gingado e leveza, pois mexe com o quadril. Com isso, nas aulas a atenção pode ser focada no trabalho do balanço da cintura, para que o aluno se solte.
Apesar da simplicidade, tanto a gafieira quanto o samba no pé dependem do empenho e do perfil de cada aluno para que o aprendizado evolua. De acordo com Kelly Tortora, cada pessoa tem um ritmo do corpo, o que pode diminuir ou aumentar a quantidade de aulas. "Nosso corpo tem vícios de dança que devem ser corrigidos de perto para que o samba saia melhor. Por isso, em muitos casos as aulas particulares são mais recomendadas, pois o professor tem mais disposição para atender os alunos", explica.
Outro detalhe para que o ritmo não se perca na hora de entrar no samba é o que vestir na avenida ou no baile de carnaval. As melhores opções, segundo a professora, são os trajes e calçados mais leves, que facilitam a transpiração do corpo e o movimento dos passos. "O dançarino carnavalesco tem que buscar roupas confortáveis para que a dança seja prazerosa. É tudo questão de testar e avaliar o conforto da roupa".
Serviço
Escola Dance SempreProfessor Alex ColinTelefone: (41) 3076-2122http://www.dancesempre.com/
Dança de Salão Cido ArrudaProfessora Kelly Tortora Telefone: (41) 3095-4731http://www.cidoarruda.com.br/