O vereador Vanderlei Roberto Silva (PSDB), do município de Palmas, na região Sul do Paraná, é considerado foragido da Justiça. O parlamentar, conhecido na cidade como Cabrito, foi denunciado pelo Ministério Público do Paraná (MP-PR) em junho do ano passado pelo estupro de uma adolescente de 14 anos. Ele chegou a ficar preso por cinco dias, mas conseguiu um habeas corpus e foi solto. Na quinta-feira (27) o Tribunal de Justiça do Paraná (TJ-PR) mandou prender o vereador novamente.
Segundo o MP-PR, os desembargadores da 5ª Câmara do TJ reconheceram, por unanimidade, a necessidade do vereador permanecer detido e restabeleceram os efeitos da prisão preventiva. Policiais da região estão com o mandado, mas desde segunda-feira (31) Cabrito não é visto na cidade. Iotânia Ferraz de Campos, que teria ajudado o vereador a cometer o crime, levando a garota ao motel onde foi praticada a violência, está presa.
O crime teria ocorrido em outubro de 2008. Com medo de represálias, a menina só denunciou a violência em março de 2009, quando começaram as investigações. Iotânia teria convencido a menina a entrar no carro do vereador para fazer uma entrevista de emprego.
A jovem foi obrigada a se esconder quando passou pela portaria do motel, enquanto Iotânia teria permanecido no veículo. O exame de conjunção carnal, feito no Instituto Médico-Legal (IML) em abril, constatou que a garota havia tido relações.
A denúncia foi proposta pela promotora de Justiça Danielle Garcez da Silva. "Eleito pelo povo palmense, detentor de elementos aptos a influenciar a opinião pública e conhecedor da engrenagem de uma Câmara Municipal, e certamente das leis, o denunciado infringiu todos os postulados da ética, da moral e das normas. Optou pelo caminho do crime, crente na impunidade, vez que acreditava que praticaria um delito contra os costumes, contra a liberdade sexual, aliás, o pior deles, o estupro, e que permaneceria impune", argumentou a promotora na denúncia.
O vereador é casado, pai de uma adolescente e trabalha numa empresa de construção civil. Ele cumpre seu segundo mandato. O estupro tem pena de seis a dez anos de prisão e é considerado crime hediondo.
O advogado Expedito Stefanello Lago, que representa o vereador, negou que seu cliente esteja foragido. "Ele está viajando para fazer um tratamento de saúde e ficou sabendo ontem (segunda-feira) da prisão preventiva". Lago disse que o parlamentar vai se apresentar à polícia até o início da próxima semana.
Para o advogado, a acusação de estupro é uma armação dos adversários políticos de Silva. "Essa acusação é completamente improcedente. Tudo foi armado pelos adversários para manchar a reputação dele", afirmou.
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