A fazenda experimental da empresa multinacional Syngenta Seeds, em Santa Tereza do Oeste, voltou a ser ocupada por integrantes do movimento popular Via Campesina nesta segunda-feira (13) – mesmo dia em que o governo do Paraná anunciou a desapropriação da área, onde eram feitas pesquisas com transgênicos.

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Os funcionários que chegaram para trabalhar nesta manhã foram barrados pelos cerca de 350 ocupantes. Os integrantes haviam saído pacificamente da fazenda– onde estavam acampados desde 14 de março - na sexta-feira (8).

Os integrantes da Via Campesina tinham se instalado em barracas às margens da rodovia estadual PR-163, em frente à propriedade, mas agora voltam a ocupar a fazenda e avisam que querem que a área, de 143 hectares, seja destinada à reforma agrária.

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Ordem de despejo

A saída da fazenda da Syngenta, que terminou dia 8, aconteceu após acordo com a Polícia Militar de Cascavel para desocupação pacífica. Os ocupantes tiveram que deixar a área por causa de ordem de despejo conseguida na Justiça pela Syngenta.

A liminar, obtida na 4.ª Vara da Fazenda, de Curitiba, no final de outubro, deu prazo de 15 dias para o governo executar a reintegração de posse da propriedade, sob pena de pagamento de multa de R$ 50 mil por dia.

Os invasores tinham plantado milho e feijão no local, usado pela multinacional para pesquisas de melhoria genética com sementes convencionais e transgênicas de soja e de milho.

Área de proteção

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A ocupação, em março, foi feita para protestar contra os experimentos transgênicos da Syngenta na fazenda, que está perto da chamada área de amortecimento (proteção) do Parque Nacional do Iguaçu, patrimônio histórico da humanidade. O plantio de produtos geneticamente modificados é proibido, por lei, numa faixa de 10 quilômetros no entorno do parque.

A fazenda da Syngenta chegou a ser embargada pelo Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e a multinacional recebeu multa de R$ 1 milhão.

O governo do Paraná deve anunciar em breve mais detalhes sobre a desapropriação anunciada nesta segunda-feira (13) e explicar qual será o destino da propriedade, agora sob o controle do estado.

A reportagem da Gazeta do Povo Online está tentando entrar em contato com o procurador-geral do estado, Sérgio Botto de Lacerda.

Mais informações em breve.

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