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A tentativa de assalto que terminou em tiroteio nesta quinta-feira (30) no bairro Bigorrilho, em Curitiba, envolvia uma empresa de segurança clandestina, segundo o Sindicato das Empresas de Segurança Privada do Paraná (Sindesp-PR). O vigilante do posto Rogério Adriano dos Santos, 27 anos, suspeito de passar informações para a quadrilha que tentou realizar o assalto é funcionário da JRN Segurança Monitorada, que é uma das mais de 700 empresas de segurança que atuam irregularmente no Paraná sem autorização da Polícia Federal, informou o Sindesp-PR, nesta sexta-feira (1). O Sindicato já denunciou a empresa para a Polícia Federal.

Para o presidente do Sindesp-PR Maurício Smaniotto, as 98 empresas de segurança funcionando legalmente no estado obrigam que os seus vigilantes realizem um curso de formação (exigido por lei), não tenham antecedentes criminais, sejam maiores de 21 anos e passem por um curso de reciclagem na Polícia Federal a cada dois anos. As empresas precisam apresentar um alvará de funcionamento da Polícia Federal.

Smaniotto acredita que muitos empresários contratam os serviços de segurança sem saber que, em muitos casos, trata-se de uma empresa clandestina. "O que acontece muitas vezes é o desconhecimento por parte do contratante que não toma cuidados simples como consultar o CNPJ da empresa ou ir até o local e conhecer os serviços que são prestados", explica.

A empresa clandestina JRN está instalada no bairro Uberaba e, de acordo com informações apuradas pelo Sindesp-PR, oferece serviços de monitoramento residencial, empresarial, além de rastreamento de veículos. "Essas empresas irregulares acabam proporcionando um serviço mais barato, pois não recolhem impostos e não possuem gastos com a capacitação nem com a reciclagem obrigatória dos profissionais de segurança", alerta Smaniotto.

Para saber se a empresa tem autorização da Polícia Federal para atuar, o que é obrigatório, é preciso entrar em contato com a Delegacia de Polícia Federal. Em Curitiba, pelo telefone (41) 3251-7580 ou no site www.dpf.gov.br e consultar a empresa pelo CNPJ no menu "segurança privada". O Sindesp-PR também disponibiliza em seu site o guia do contratante com medidas úteis que evitam a contratação de empresas clandestinas.

A reportagem da Gazeta do Povo tentou entrar em contato com responsáveis pela empresa JRN Segurança Monitorada por telefone, mas ninguém atendeu.

Assalto

O tiroteio ocorrido no bairro Bigorrilho, em Curitiba, deixou uma pessoa morta e três feridas na manhã desta quinta-feira. Três homens armados assaltaram as Lojas Americanas Express – que fica em um centro comercial onde há também um posto de gasolina e uma farmácia -, na esquina das ruas Padre Agostinho e Otávio do Amaral, por volta das 9h30.

O segurança do posto de gasolina, Rogério Adriano dos Santos, de 27 anos, que supostamente seria membro da quadrilha foi preso. Um dos bandidos, Luciano Ferreira do Nascimento, de 26 anos, foi morto no confronto com a polícia. O policial civil, Marcos Aurélio Ribeiro, 35 anos, também foi baleado com um tiro de raspão na perna. Leonis Palhano Goes, de 60 anos, que estava na fila de um açougue do outro lado da rua, também recebeu um tiro na perna. Os dois feridos foram encaminhados para o Hospital Evangélico e não correm risco de morrer.

O outro baleado foi o assaltante Márcio Albuquerque, de 27 anos. Ele recebeu 11 tiros, mas foi encaminhado ao Hospital do Trabalhador e também não corre risco de morrer.

Polícia sabia do assalto

A polícia sabia que uma quadrilha estava se articulando para assaltar, na manhã de quinta-feira, a unidade das Lojas Americanas Express, no Bigorrilho, em Curitiba.

A intenção das autoridades era chegar ao local a tempo de impedir que os bandidos entrassem no estabelecimento, mas os assaltantes acabaram antecipando a ação.

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