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APÓS VÁRIOS ADIAMENTOS

Vinte e dois anos após o crime, Vanda Pepiliasco começa a ser julgada por assassinato

Imagem do julgamento desta tarde: a artista plástica Vanda Pepiliasco ao lado do advogado | Roberto Custódio/JL
Imagem do julgamento desta tarde: a artista plástica Vanda Pepiliasco ao lado do advogado (Foto: Roberto Custódio/JL)

Vinte e dois anos após o crime, o julgamento da artista plástica Vanda Pepiliasco é realizado nesta terça-feira (12) em Londrina. O júri ocorre após diversos adiamentos, o último em março deste ano. Vanda é acusada de matar a empregada doméstica Cleonice de Fátima Rosa em 10 de julho de 1993. O corpo foi encontrado próximo ao apartamento da artista plástica, localizado na Rua Goiás, no centro de Londrina.

Perto das 15h, a Promotoria começou a sustentação da acusação. A tese do promotor Ronaldo Braga - de que Vanda é a responsável pela morte da doméstica - foi apresentada com base em um exame de DNA. De acordo com o exame, existe compatibilidade entre o bulbo de cabelo encontrado na mão da vítima e o sangue da artista plástica. Após o período da acusação, foi aberto o espaço para a defesa, a partir das 16h.

O corpo de jurados é composto por seis mulheres e um homem. O início do julgamento atrasou alguns minutos até a chegada de Fernando Milani, perito do IML, uma das testemunhas de defesa. Em março, a juíza Elizabeth Kather, da 1ª Vara Criminal, suspendeu o julgamento pela ausência das testemunhas de defesa da réu.

Pela manhã foram ouvidas seis testemunhas, três da acusação - Antônio Carlos Campos Júnior, da polícia, Ademar Gonçalves, perito, e Francisco José dos Santos, vigia do prédio onde a vítima foi encontrada morta - e três da defesa - Júlio Salinet, advogado, Lauro Pepiliasco, marido da ré, e o perito Fernando Milani.

Vanda é interrogada

Às 12h20, a juíza Elizabeth Kather concedeu um intervalo de 10 minutos. Na volta, a ré, Vanda Pepiliasco, começou a ser interrogada.

Ela contou à juíza que foi avisada sobre a morte da empregada por Luzia Colombo - amiga de Cleonice e a primeira a ser apontada como autora do crime. Luzia chegou a confessar o crime, de acordo com o Ministério Público, sob tortura policial. A família dela também compareceu ao julgamento e disse esperar pela condenação do verdadeiro responsável pelo crime.

Segundo familiares, 22 anos após o crime, Luzia ainda sofre as consequências de ter sido presa e forçada a confessar a autoria do crime.

A acusada também declarou ser inocente e disse estar à disposição da Justiça.

Por volta das 13h50, o clima esquentou no tribunal. O advogado de defesa, Walter Barbosa Bittar, acusou a juíza de parcialidade no julgamento por trazer elementos novos, como a informação de uma “testemunha anônima”. O advogado reagiu de forma dura e ameaçou pedir a suspensão do júri. Segundo ele, a defesa foi cerceada no interrogatório da ré.

Perto das 14 horas, a juíza suspendeu a sessão por 40 minutos para almoço.

Família da vítima

Em entrevista ao JL, o irmão da doméstica assassinada, Luis Carlos Rosa, disse não acreditar mais na “Justiça dos homens”.

Relembre o caso

A empregada doméstica Cleonice de Fátima Rosa, então com 22 anos, foi encontrada degolada no corredor, próximo ao apartamento duplex de propriedade da família Pepiliasco. Três dias após o crime, uma colega de Cleonice chegou a assumir a autoria do assassinato, mas em seguida desmentiu a primeira versão e disse que havia sido vítima de tortura policial. O marido de Vanda, Lauro Pepiliasco, também chegou a ser acusado pelo crime.

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