Uma das vítimas do acidente com o carro alegórico da escola Paraíso do Tuiuti está internada em estado grave e respira por aparelhos. A mulher, identificada como Maria de Lurdes de Moura, está no Hospital Souza Aguiar, no centro do Rio. As outras duas vítimas que ainda estão hospitalizadas têm quadro estável, segundo a Secretaria Municipal de Saúde.
Elizabeth Jofre, que também está no Hospital Souza Aguiar, está no setor de recuperação pós cirurgia da unidade, em observação. A jornalista Lúcia Melo passa por novos exames no Hospital Miguel Couto, na zona sul. Ela foi operada na noite de domingo (26) e corria o risco de ter a perna esquerda amputada. Segundo a secretaria de saúde, a vítima “está lúcida e consciente”.
Na manhã desta segunda-feira (27) outras cinco vítimas do acidente tiveram alta hospitalar. Ao todo, o acidente com o carro que imprensou pessoas contra a grade do setor 1 deixou 20 feridos.
O acidente foi causado por uma manobra equivocada do motorista do sexto e último carro do Tuiuti, que estava apressado, uma vez que a escola corria contra o tempo para fechar sua apresentação nos 75 minutos regulamentares (esse ano, o tempo de cada agremiação foi encurtado em sete minutos, para dinamizar o espetáculo).
Ele entrou torto na avenida, o carro se desgovernou e foi para cima de jornalistas que cobriam o desfile no setor 1 e outros profissionais de serviço. O público do setor 1, por trás das grades, se apavorou, e começou a subir as arquibancadas, com medo de ser ferido.
“Todo mundo ficou gritando, desesperado, achando que o carro ia invadir. Mas o som estava alto e ninguém nos ouvia”, relatou, ainda sob susto e revolta, o estudante Júlio Araújo, de 21 anos. Ato contínuo, o motorista tentou reverter o erro e acabou acelerando na direção do setor 2, machucando também quem estava lá. Já houve casos de carros sem controle na pista, mas, em 33 anos de sambódromo, nunca um acidente deixou feridos como dessa vez.
A fotógrafa Cacau Fernandes, de 48 anos, estava fotografando o carro de frente, e teve uma distensão do ligamento dos ombros. “Eu achei que fosse morrer, não posso descrever a sensação. O pessoal do carro começou a se estapear para ver de quem tinha sido o erro e nós, feridos”, ela contou, por telefone, depois de ter alta do Hospital Miguel Couto, no Leblon.
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