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O número de vezes em que a casa da viúva Julima Sender, 77 anos, foi invadida assusta: sete vezes. A última, no dia 23 de junho, teve um fim trágico: a idosa não resistiu aos ferimentos feitos pelos bandidos e faleceu três dias depois. Um membro da família, que não quis se identificar por medo de represálias, afirma que andarilhos sempre usam um espaço ao lado da casa da idosa para consumir drogas. Uma cerca elétrica foi instalada nos fundos da casa, por onde se supõe que o agressor tenha entrado, mas ela estava desligada no dia do crime. A casa da família, ao lado da de Julima, já foi invadida quatro vezes.

O delegado Sinvan Rodney Pereira, da Delegacia de Furtos e Roubos, que está com o caso, afirma que os suspeitos são dois irmãos moradores de rua, com idades entre 20 e 30 anos, usuários de drogas e que frequentavam o ponto de droga próximo à residência. A polícia está realizando buscas e pretende comparar o material recolhido no local do crime com o dos dois irmãos.

Para a promotora Rosana Bevervanço, a solução dos crimes esbarra na ausência de uma Delegacia de Proteção ao Idoso, que permitisse à polícia combater de forma mais especializada esse tipo de crime. Ela cita o caso das duas mulheres mortas no mesmo bairro, o São Francisco, para exemplificar que pouco está sendo feito para impedir esses crimes. "É sabido que alguns bairros estão mais vulneráveis, por concentrarem uma população mais idosa ao mesmo tempo em que têm muitos andarilhos, mas enquanto não for criada a delegacia, é impossível trabalhar de forma mais precisa sobre o problema."

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