Nelson Faria Marinho, pai de um dos passageiros do voo 447 da Air France, reclamou nesta sexta-feira (5) da viagem rápida que os familiares fizeram a Recife para acompanhar as buscas do avião. Segundo ele, a falta de informações e o fato dos destroços recolhidos até agora não serem da aeronave deixam as famílias apreensivas.

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"Voltamos quase que à estaca zero novamente", disse Nelson. "Que procurem os destroços, mas que procurem também vidas".

Ele reclamou mais uma vez da falta de informações que, segundo ele, "martiriza as famílias". Ele considerou muito rápida a viagem ao local das buscas. Seu outro filho, Newton Marinho, participou da comissão de parentes que foi até Recife nesta sexta. Eles já estariam no Rio, mas ainda não chegaram ao hotel na Barra da Tijuca onde estão concentradas as famílias.

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"Foi muito rápido, não dá para a pessoa acompanhar nada. Acho que foi por livre e espontânea pressão", afirmou.

O ministro de Assuntos Exteriores da França, Bernard Kouchner, disse na quinta (4) que o governo francês não está omitindo informações sobre as investigações do acidente.

Palestra de 15 minutos

Segundo Maarten van Sluys, irmão de uma das passageiras desaparecidas, os familiares almoçaram em Recife e participaram de uma palestra de cerca de 15 minutos, em que foi explicado a eles como se dá a busca em alto mar. Os parentes teriam recebido ainda a informação de que as condições climáticas no local impediram um sobrevoo no local das buscas. Sua mãe, Vasthi Esther Sluys, de 70 anos, participou do encontro. Para Maarten, a viagem mostra que o governo está solidário às famílias.

"Foi uma demonstração de que estão solidários. Foi válido, mas não deram resposta para nada do que queríamos saber", disse Maarten. "A falta de informação é um desrespeito. O avião continua oficialmente desaparecido".

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