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Entenda o caso

Nariman tentava fugir do Líbano desde que começou a sofrer agressões do marido, o libanês Ahmed Holeihel. No dia 21 de julho, ela foi barrada no aeroporto de Beirute, quando tentava retornar ao Brasil com o filho, no dia 21 de julho. O problema é que ela tem contra si uma ação aberta por seu próprio marido, Ahmed Holeihel, que a acusa de abandono do lar conjugal e seqüestro de menor, em um tribunal religioso.

De acordo com o cônsul-geral do Brasil em Beirute, Michael Gepp, essas acusações a impediam de sair do território libanês. Nariman disse à Gazeta do Povo Online que um advogado negociava a questão judicial no tribunal de Baalbek.

Ela foi para o Líbano com Holeihel no começo do ano. "No Brasil meu marido não me batia, ele tinha medo", conta. "Quando chegamos aqui é que começaram as agressões". No final de junho, Nariman fugiu de casa e procurou o consulado brasileiro para pedir ajuda para retornar ao país. Depois de ser barrada no aeroporto, Nariman e o filho foram conduzidos pelo consulado a uma organização não-governamental libanesa que presta auxílio a mulheres e crianças vítimas de violência doméstica. Sem agüentar a espera pela Justiça do Líbano, Nariman decidiu fugir para o Brasil ilegalmente no último sábado.

Família aguarda chegada de brasileira que estava "presa" no Líbano

É cada vez maior a ansiedade sobre o retorno da paranaense Nariman Osman Chiah, de 21 anos, ao Brasil. Na manhã desta quarta-feira (10), ela ligou para a família, em Matinhos, no litoral do Paraná, para informar que o vôo em que decolaria do aeroporto de Istambul, na Turquia, previsto para as 20h (horário de Brasília) de terça-feira (9), atrasou, e que ela deve chegar somente por volta das 6h30 de quinta-feira (11), no Brasil.

Nariman passou os últimos dias na embaixada brasileira na Síria, para onde foi depois de uma difícil fuga do Líbano, onde mora o marido, que ela acusa de agressão. Em situação ilegal, por ter sido acusada pelo marido de abandono e seqüestro, Nariman precisou da ajuda do governo brasileiro para regularizar sua documentação. "O consulado e o Ministério das Relações Exteriores arrumaram tudo para ela poder ir para a Turquia legalmente", conta o irmão de Nariman, Ahmed Osman Chiah.

O vôo deve sair de Istambul às 13h (horário de Brasília), segundo a família da paranaense. "Ela deve fazer uma escala em Milão, na Itália, às 20h30 e, de lá, ela pega o vôo para São Paulo", explica Chiah. Depois de chegar em São Paulo, segundo o irmão, Nariman deve esperar até as 14h por um vôo para o Aeroporto Internacional Afonso Pena, em São José dos Pinhais, região metropolitana de Curitiba, com previsão de chegada para as 15h.

De acordo com Ahmed, a expectativa da família é muito grande. "Estamos muito felizes esperando a chegada dela", diz. Segundo ele, a irmã, que está grávida de cinco meses, está bem de saúde. "Ela e o filho também estão muito felizes de retornar", conta.

Toda a família de Nariman pretende ir ao aeroporto para buscá-la, ocasião para a qual já preparam faixas de boas-vindas. "Faremos uma festa na chegada dela". De Curitiba, Nariman e o filho seguem diretamente para Matinhos. "Em casa ainda não planejamos como vamos comemorar".

Chiah conta ainda que o marido de Nariman, Ahmed Holeihel, chegou a entrar em contato com a família, na terça-feira, e que queria informações sobre a mulher e os filhos. "Conversei um pouco com ele e depois ouvi ele falando com o pai", diz. "Ele falou que vai casar de novo por lá e para não o incomodarem".

Segundo Ahmed, a família não teme a possibilidade de Holeihel tentar vir ao Brasil. "Não tem nem como. Ele está impedido pela Interpol de deixar o Líbano".

Holeihel foi autuado em abril de 2007 em Guarapuava, na região Central do Paraná, pelo porte de 440 CDs e DVDs pirateados. Na época, ele recebeu ordem de prisão, porém está foragido. O libanês teria uma audiência na cidade no começo agosto, mas não compareceu. Com isso, a Justiça pediu a prisão preventiva de Holeihel por contrabando e crime de violação autoral.

Fuga

Nariman não conseguia deixar o Líbano por causa de leis religiosas do país e decidiu correr todos os riscos por sua liberdade ao lado do filho. Ela tentou atravessar a fronteira do país ilegalmente. Segundo reportagem exibida no Fantástico, no domingo (7), com uma legislação ocidentalizada, a Turquia seria o porto seguro para o embarque da paranaense ao Brasil.

Na madrugada do último sábado (6), Nariman, que estava refugiada em um abrigo sob proteção de uma organização não-governamental e do consulado brasileiro, iniciou a travessia clandestina, a pé, grávida de cinco meses e com o filho, rumo à Síria. O grupo cruzou montanhas e um rio, protegido pela escuridão da madrugada.

De táxi, margeando o Mar Mediterrâneo, Nariman e o filho seguiram para Halep, no Noroeste da Síria. Como não tinham o documento de entrada no território sírio, eles não consegtuiram deixar o país, e chegaram a ser ameaçados de prisão. Ela e o filho seguiram então para Homus, a quatro horas de Halep, onde tentariam conseguir a documentação exigida. De novo não foi possível, e novamente foram ameaçados de prisão.

No desespero, Nariman conseguiu, no domingo (7), contato com a embaixada brasileira em Damasco, na Síria.

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