Brasília (Folhapress) – O Conselho de Ética adiou ontem a sessão em que seria votado o parecer do relator Carlos Sampaio (PSDB-SP), que pede a cassação do mandato do presidente do PP, Pedro Corrêa (PE), por quebra de decoro parlamentar. Os deputados precisaram interromper a reunião por causa do início das votações em plenário (ordem do dia). A sessão deverá ser concluída hoje.

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Durante a discussão do parecer, somente os deputados do PP Benedito Lira (AL) e Sandes Júnior (GO) se manifestaram contra o pedido de cassação. Os demais parlamentares que falaram defenderam o parecer do relator. Corrêa foi acusado de receber recursos do caixa dois do PT por intermédio do empresário Marcos Valério Fernandes de Souza. O deputado Chico Alencar (PSOL-RJ), afirmou que o caso sintetiza todo o escândalo do suposto mensalão.

Corrêa informou que só vai se pronunciar sobre o assunto depois que o processo for concluído. Sobre permanecer na presidência do PP, o deputado disse: "O meu futuro a Deus Pertence".

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O deputado é acusado de ter recebido R$ 700 mil do esquema do valerioduto. Em depoimento ao Conselho de Ética, Corrêa disse que os saques no Banco Rural foram feitos pelo chefe de gabinete da liderança do PP, João Cláudio Genu. Segundo Corrêa, o dinheiro foi usado para pagar parte dos honorários do advogado Paulo Goyaz, que defendeu o deputado Ronivon Santiago (PP-AC) em 36 processos judiciais movidos pelo PT do Acre.

Corrêa é o terceiro presidente de partido da base aliada do governo que pode perder o mandato. Pode ser o segundo a ser cassado pelos seus pares por quebra de decoro parlamentar. Antes dele, o ex-presidente do PTB Roberto Jefferson sofreu o processo de expurgo. Já o presidente do PL, Valdemar da Costa Neto, renunciou para evitar perder o direito de ser eleito este ano.

Na semana passada, o Conselho aprovou os relatórios que pedem a cassação dos deputados Roberto Brant (PFL-MG) e Professor Luizinho (PT-SP).