Brasília Os líderes partidários também definiram ontem que o reajuste salarial dos 513 deputados entrará na pauta de votações da Casa Legislativa assim que a pauta for liberada. O presidente da Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP), se comprometeu com os líderes a incluir o reajuste na pauta da Casa depois da votação das medidas provisórias (MPs) que integram o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) que deve ocorrer até o fim de abril.
Os deputados insistiram em afirmar que o reajuste não entrou na discussão na reunião de líderes de ontem.
Mas reconheceram que o consenso é que a correção dos salários seja feita com base na inflação acumulada dos últimos quatro anos. Se o reajuste for aprovado, os subsídios dos deputados vão passar dos atuais R$ 12.847,20 para R$ 16.250.
O novo valor também vale para o Senado Federal. O presidente da Casa, Renan Calheiros (PMDB-AL), sinalizou ontem que vai acatar o que for decidido pela Câmara. A oposição, apesar de ser favorável ao reajuste, se mostrou contrária a dar prioridade ao tema. "Para o DEM (ex-PFL) esse tema não tem a menor relevância", afirmou o líder do partido na Câmara, deputado Onyx Lorenzoni (RS).
Os governistas adotaram o mesmo discurso da oposição. "Essa não é uma pauta prioritária. É um tema que se não houver entendimento não deve ser discutido. Temos primeiro que debater o PAC e o FPM (Fundo de Participação dos Municípios)", afirmou o vice-líder do governo na Câmara, Beto Albuquerque (PSB-RS). Apesar do discurso, governo e oposição não se mostraram contrários a colocar o reajuste em votação quando a pauta da Câmara for destrancada.